As corporações defenderam a legalidade da atuação policial nos casos que terminaram em morte de suspeitos sob alegação de confronto e reação a tiros
A quadrilha que tentou assaltar uma caixa-forte da transportadora de valores Brinks em Confresa (MT), no dia 9 de abril, e fugiu para o Tocantins, tinha ao menos três membros ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC), de acordo com informações de processos judiciais. O trio com origem paulista identificada pela Polícia Civil do Mato Grosso, que investiga o caso, está entre os 18 mortos da operação, que encerrou a parte ostensiva na quarta-feira, 17.
As corporações defenderam a legalidade da atuação policial nos casos que terminaram em morte de suspeitos sob alegação de confronto e reação a tiros. Contudo, nem todas as dinâmicas de confronto foram detalhadas pelos agentes envolvidos. A Polícia Civil acompanha o caso. As mortes cometidas por policiais também podem ter as circunstâncias revisadas por membros do Ministério Público. Indícios de excessos na atuação policial não foram apontados até o momento pelas autoridades.
Celio Carlos de Monteiro, de 62 anos, conhecido como "Ceará", tem condenações pelo Tribunal de Justiça de São Paulo com integrantes da facção. Ele é apontado como integrante do grupo que roubou 60 mil celulares de uma empresa, em 2009. Saiu condenado a 15 anos de prisão pela 2ª Vara Criminal de Barueri, em novembro de 2020.
Também respondeu a uma ação penal com o grupo que assaltou um carro-forte em Suzano, em outubro de 2013. Foi preso em uma casa usada pelo grupo com armamento pesado usado no roubo, inclusive fuzis e pistolas de uso restrito e 630 carregadores de munição de para fuzis. Acabou condenado à prisão, em maio de 2022, em sentença da comarca de Ferraz de Vasconcelos.
Célio estava no grupo de quatro suspeitos encurralados na Fazenda Vale Verde, em Pium (TO), pelo Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar do Mato Grosso e pelo Serviço Aéreo do Estado de Goiás (Saeg) no dia 18 de abril.
Ronildo Alves dos Santos, de 41, conhecido como Magrelo, admitiu oficialmente à Justiça Paulista o elo com o Primeiro Comando da Capital (PCC) ao ser preso, em 2014 em Itaquera, na capital paulista, com documentação falsa fugindo do Paraná. Ele confessou ser integrante do PCC e ofereceu R$ 10 mil para não ser preso. Foi processado por porte ilegal de armas, receptação, homicídio e formação de quadrilha.
Magrelo foi morto por policiais da Rotam (Rondas Ostensivas Táticas Metropolitana) que o avistaram atravessando uma estrada rural próximo à Fazenda Terra Boa, zona rural de Pium, às 23 horas do dia 8 de maio. Com ele, a Rotam encontrou um fuzil calibre 7.62, da marca DPMS Panter, fabricado nos Estados Unidos, 14 munições e um carregador PMAG 20LR.
Danilo Ricardo Ferreira, de 46 anos, era integrante do PCC ligado ao traficante Edilson Borges Nogueira, o Biroska, morto em 2017 em uma briga interna da facção. Respondeu a processos por tráfico no Tribunal de Justiça de São Paulo.
Morreu no primeiro confronto com as forças policiais no dia 10 de abril, quando se deparou com a Força Tática e a Patrulha Rural do 8º BPM da Polícia Militar do Tocantins, na fazenda Agrojan. A polícia apreendeu com ele um fuzil calibre 7.62.