Defesa de Daniel Alves volta a pedir liberdade provisória do jogador

A defesa de Dani Alves fez um novo pedido de liberdade provisória perante o Tribunal de Barcelona, com base na mudança de seus filhos para a cidade, o que diminui o risco de fuga. No entanto, o advogado da vítima considerou essa justificativa como um “projeto de vida fictício”. A informação foi divulgada pela agência de notícias EFE.

Conforme divulgado pela agência, houve uma audiência nesta sexta-feira (9) no Tribunal de Barcelona com a participação da defesa de Dani Alves, do Ministério Público e do advogado da vítima. O objetivo foi reavaliar a situação de detenção provisória do ex-jogador, após seu último pedido de liberdade em abril ter sido negado pelo tribunal de investigação em maio.

A defesa de Daniel Alves apresentou um recurso ao Tribunal, intimando as partes a apresentarem seus argumentos antes de tomar uma decisão. Durante a audiência, que durou cerca de uma hora, o advogado do jogador argumentou que não há risco de fuga que justifique a prisão preventiva, citando a mudança de seus filhos para Barcelona como prova de que ele pretende permanecer na capital catalã até o julgamento. Ele também fez referência às imagens gravadas pelas câmeras de segurança da boate, que supostamente mostram uma relação normal entre os dois antes de entrarem no banheiro, e ao último depoimento de seu cliente em abril, no qual admitiu que houve relação consensual entre ele e a vítima.

Daniel Alves está preso desde 20 de janeiro deste ano, acusado de estupro na boate Sutton em Barcelona, na noite de 30 de dezembro de 2022. A defesa alega que o jogador tem uma empresa em Barcelona que administra seus bens e direitos audiovisuais e apresentou documentação que comprovou a dissolução de quatro de suas empresas no Brasil. Além disso, o advogado do jogador afirmou que ele não tem intenção de fugir, pois tem uma defesa e se sente ligado à cidade de Barcelona.

O advogado da vítima questionou a alegação de que o jogador não fugiria devido à presença de seus filhos em Barcelona. Segundo a advogada da vítima, o registro das crianças não é uma prova efetiva de residência e seria um projeto de vida “fictício”. Além disso, o fato do registro ter sido processado enquanto a defesa de Alves preparava o novo pedido de liberdade levanta suspeitas de oportunismo por parte do jogador.

Vallès ressaltou que a possibilidade de Daniel Alves mudar rapidamente sua família do Brasil para Barcelona mostra uma capacidade financeira que poderia ser usada para fugir caso fosse liberado em liberdade provisória. Além disso, ele destacou a imprudência de soltar Alves, uma vez que a investigação está quase concluída e o julgamento está próximo.

Agora, cabe ao Tribunal de Barcelona avaliar os argumentos das partes e decidir se confirmará a ordem do tribunal de instrução que negou a liberdade provisória de Daniel Alves ou se a modificará para permitir que ele seja liberado da prisão.