Um projeto chamado "Corredores Verdes" foi implantado em uma propriedade rural de Lucas do Rio Verde, a 360 km de Cuiabá, com o objetivo de evitar que animais silvestres sejam vítimas de atropelamentos devido à perda de território. O proprietário reservou parte da fazenda para servir de moradia para os animais.
Nos últimos três anos, o número de atendimentos de animais silvestres em Mato Grosso aumentou em aproximadamente 73%.
De acordo com a produtora rural Fernanda Macitelli Benez, o plantio da propriedade está em crescimento. Como são áreas de mata nativa ou plantadas, os animais podem circular sem contato com humanos ou maquinários da fazenda.
"A gente viu que era possível produzir, não só respeitando a lei, mas fazendo um pouco a mais, que é trazendo esse cuidado, esse olhar cuidadoso com os animais", disse.
Segundo o gerente da fazenda, Jociel Machado, os funcionários receberam treinamento para lidar com as aparições dos animais.
"Plantamos 700 hectares de soja, nessa safra anterior. Fiz um replante de três hectares e meio de soja, por causa das araras, que comeram todas as sementes da soja", contou.
Outra alternativa foi a criação de um abrigo provisório, em que os animais resgatados passam por reabilitação e depois são reintroduzidos na natureza.
"Estamos falando de espécies que só ocorrem em Mato Grosso, com poucos dados, e que quando a gente começa a observá-las, elas já estão criticamente ameaçadas. O movimento é de extrema importância para a biodiversidade, que também é uma riqueza", informou a médica veterinária da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Elaine Dione.
Um filhote de onça-pintada que perdeu a mãe em um incêndio florestal em 2022 foi resgatado na região, e, agora, está em Jacareacanga (PA), para ser reabilitado, reaprender a caçar e voltar à natureza.
G1/MT