A Polícia Federal (PF) pediu a quebra de sigilos bancário e fiscal da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
A Polícia Federal (PF) pediu a quebra de sigilos bancário e fiscal da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. A solicitação foi feita após a PF interceptar mensagens que mostram que parte dos presentes dados ao ex-presidente Jair Bolsonaro ficou em posse da esposa do ex-chefe do Executivo.
Nas mensagens, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente coronel Mauro Cid, e o seu ex-assessor, Marcelo Câmara, afirmam que a ex-primeira-dama “sumiu” com um dos presentes recebidos pelo então chefe do Executivo.
Os investigadores também interceptaram um áudio enviado pelo assessor do ex-chefe do Planalto Marcelo Câmara ao tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. No áudio, eles discutem sobre a legalidade de as peças de luxo serem vendidas. O militar pede a Câmara que consulte Marcello da Silva Vieira, então chefe do Gabinete Adjunto de Documentação Histórica da Presidência da República.
"Eu falei com ele sobre isso, Cid", responde Câmara. "Aí ele me falou que tem esse entendimento, sim. Mas que o pessoal questiona porque ele pode dar, pode fazer o que ele quiser. Mas tem que lançar na comissão, memória, entendeu? ( )", complementa.
Em seguida, após relatar a restrição para venda dos itens, Câmara ressalta: "O que já foi, já foi. Mas se esse aqui tiver ainda a gente faz certinho para não dar problema. Porque já sumiu um que foi com a dona Michelle; então pra não ter problema". O então assessor não menciona, porém, que item teria sumido.
"As mensagens revelam que, apesar das restrições, possivelmente, outros presentes recebidos pelo ex-presidente Jair Bolsonaro podem ter sido desviados e vendidos sem respeitar as restrições legais, ressaltando inclusive que 'sumiu um que foi com a dona Michelle'", destaca a PF no inquérito. Até o fechamento desta edição Michelle Bolsonaro não tinha se pronunciado a respeito do assunto.