O hacker, Walter Delgatti Netto, utilizou o direito ao silêncio concedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) durante seu depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), no Congresso Nacional. A estratégia começou após ser questionado pelos parlamentares Flavio Bolsonaro, Marcos Rogério e Delegado Ramagem. O habeas corpus que garantiu esse direito foi concedido pelo ministro Edson Fachin, do STF, que afirmou que o silêncio protege a pessoa de responder perguntas que possam incriminá-la, sem sofrer consequências negativas em relação ao seu status penal.
No depoimento de hoje pela manhã, Delgatti Netto alegou que o ministro Alexandre de Moraes teria sido grampeado. De acordo com o hacker, durante uma reunião com Bolsonaro em 2022, ouviu falar que o governo havia conseguido grampear o magistrado e pediu que ele assumisse a autoria do crime. Delgatti Netto também relatou ter se encontrado com o ex-presidente em um café da manhã no ano passado, onde Bolsonaro o questionou sobre a possibilidade de invadir as urnas eletrônicas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Segundo o hacker, Bolsonaro teria solicitado que ele fosse ao ministério da Defesa e conversasse com os técnicos sobre o assunto.
GAZETA BRASIL