O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do presidente Jair Bolsonaro, deve confessar que vendeu as joias recebidas em agenda oficial, transferiu o dinheiro para o Brasil e entregou os valores em espécie para o ex-chefe do Executivo.
O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do presidente Jair Bolsonaro, deve confessar que vendeu as joias recebidas em agenda oficial, transferiu o dinheiro para o Brasil e entregou os valores em espécie para o ex-chefe do Executivo. A informação foi confirmada pelo advogado criminalista Cezar Bitencourt para a revista Veja.
De acordo com as alegações, Cid estaria disposto a admitir que desempenhou um papel na venda das joias, que haviam sido dadas a Bolsonaro como presentes, mas que não poderiam ser comercializadas, uma vez que se tratavam de bens públicos. Segundo a revista, o ex-assistente de Bolsonaro pretende testemunhar que facilitou a venda das joias de luxo nos Estados Unidos e entregou os lucros diretamente a Bolsonaro.
O tenente-coronel militar planeja justificar suas ações alegando que estava cumprindo ordens diretas do ex-presidente e que Bolsonaro era o responsável pelo esquema. Ele afirma que a ordem era “Resolve lá”, indicando que essa instrução incluía tanto a venda quanto a transferência de dinheiro ilegal para Bolsonaro.
Cezar Bitencourt, o advogado de Cid, ressaltou que essa situação poderia ser interpretada como contrabando, pois envolveu a repatriação de dinheiro e possíveis violações ao sistema financeiro. Ele também reforçou que o dinheiro em questão pertencia a Bolsonaro.
"A questão é que isso pode ser caracterizado também como contrabando. Tem a internalização do dinheiro e crime contra o sistema financeiro", disse Bitencourt para a Veja. "Mas o dinheiro era do Bolsonaro", acrescentou.
Na quarta-feira, um dia após assumir a defesa de Cid, Cezar Bitencourt já havia sinalizado que a estratégia de defesa seria demonstrar que o tenente-coronel estava apenas seguindo ordens, mesmo que essas ordens fossem consideradas “ilegais e injustas”.
Mauro Cid está preso desde maio acusado de fraudar cartões de vacinação da covid-19 de Bolsonaro e familiares. Ele era um dos principais homens de confiança de Bolsonaro ao longo do mandato na Presidência.
Na terça-feira (15), o advogado Cezar Bitencourt assumiu a defesa de Cid. Ele é o terceiro advogado de Cid desde que foi preso.
Bittencourt disse que vai “investigar todos os fatos” e que “vai trabalhar para defender os direitos do Mauro”.
O caso de Cid ainda está em andamento e não há certeza do que acontecerá. No entanto, a confissão de Cid pode jogar luz sobre o esquema e levar a novas investigações.