Os diversos impactos da reforma tributária em diferentes setores da economia têm sido discutidos em comissões no Senado Federal antes da proposta ir ao plenário.
Os diversos impactos da reforma tributária em diferentes setores da economia têm sido discutidos em comissões no Senado Federal antes da proposta ir ao plenário. Representantes da indústria defendem que o texto ainda precisa de alterações na cobrança de impostos para beneficiar o setor. Para falar sobre a reforma, o Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, entrevistou o gerente-executivo de Economia da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Mário Sérgio Telles. O interlocutor do setor industrial declarou que, apesar da reforma ainda precisar de ajustes, o projeto de simplificação melhora muito o ambiente de negócios: “Atualmente o sistema tributário penaliza a produção nacional em relação à produção que é feita em outros países. Isso prejudica a nossa possibilidade de exportação (…) Quando nós eliminarmos essa desvantagem e simplificarmos o sistema, o que reduz o custo das empresas para calcular e pagar tributos, essas modificações vão dar uma competitividade muito grande para as empresas nacionais e vão ajudar sim na reindustrialização do Brasil, tanto exportando mais, como abastecendo o nosso mercado interno na concorrência com os importados”.
Para o gerente da CNI, o Imposto sobre Valor Agregado (IVA), que vai substituir PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS, é ponto fundamental da reforma, mas destacou que muitas exceções a determinados segmentos e a cumulatividade ainda são problemas do texto aprovado pela Câmara: “O primeiro ponto importante é dizer que o imposto sobre o consumo que foi aprovado na Câmara, o chamado IVA, na avaliação da CNI está muito positivo, vai resolver diversos problemas da economia brasileira e leva ao aumento do crescimento e melhoria da qualidade de vida da população. Agora, nós temos algumas preocupações. A primeira delas é que, na Câmara, foram introduzidas diversas exceções, setores que vão ter tratamentos beneficiados. Quando alguém tem tratamento beneficiado, os demais que estão fora do tratamento beneficiado pagam mais. Isso é da natureza da reforma. Essa é uma preocupação”.
“Ainda tem, no projeto vindo da Câmara, um problema chamado cumulatividade. Que é um resíduo tributário que fica na cadeia, prejudica as exportações e a concorrência brasileira com os produtos importados. Esta cumulatividade está presente em uma contribuição que os Estados poderiam criar sobre produtos primários e semielaborados e também o imposto seletivo, que ainda pode incidir sobre insumos. A CNI entende que, além de reduzir um pouco as exceções, o Senado tem a capacidade de eliminar a cumulatividade definitivamente acabando com a contribuição sobre a produção de produtos primários e semielaborados e impedindo a incidência do imposto seletivo sobre os insumos das empresas”, declarou. Confira a entrevista completa no vídeo abaixo.