Matthew Miller, porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos, voltou a atacar a resolução brasileira apresentada no Conselho de Segurança da ONU (Organização das Noções Unidas). Em entrevista aos jornalistas, o representante norte-americano disse que achou lamentável que a resolução não reconheceu o direito de Israel se defender e que não fazia sentido aprovar essa resolução em um momento em que trabalhos diplomáticos estão sendo realizados para evitar a escalada da situação. “Em face desses ataques terroristas que eles sofreram, pensamos que é um princípio importante”, disse, comparando o ataque sofrido pelos israelenses com o 11 de Setembro. “Israel acaba de sofrer um ataque terrorista massivo, algo que tem de dez a quinze vezes o impacto de 11 de setembro quando você olha para em uma base per capita”.
Além deste argumento que vem sendo debatido desde quarta-feira, 18, quando os Estados Unidos usaram o seu poder de veto para barrar a resolução brasileira – eles foram os únicos a votarem contra, mas como são integrantes permanentes, seu voto é capaz de impedir a aprovação mesmo que a maioria tenha sido favorável – Miller também apontou que a aprovação da resolução poderia interferir nos trabalhos diplomáticos que estão em curso na região. “Outra razão pela qual vetamos é que há um trabalho diplomático em andamento com essas mesmas questões e, com esse trabalho em andamento e uma resolução que não cita o direito de defesa de Israel, pensamos que este passo que demos é apropriado”, finalizou. A resolução brasileira foi discutida no Conselho de Segurança da ONU na quarta, após dois dias de adiamento, já que na segunda-feira, após a resolução da Rússia ser rejeitada, a reunião foi adiada e prorrogou a decisão brasileira.
O Conselho de Segurança é o único órgão capaz de autorizar o uso legítimo da força em caso de ameaças à paz, ruptura da paz e atos de agressão. A representação brasileira no conselho tentou costurar um texto que atendesse os membros permanentes. Na resolução, está a "condenação inequívoca" do Hamas por seus ataques a Israel, a libertação "imediata e incondicional" de todos os reféns civis, a revogação da ordem israelense para que civis e funcionários da ONU se desloquem para o sul de Gaza e pausas humanitárias para permitir o acesso à ajuda durante o conflito.
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