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INTERDITADA HÁ 24 ANOS

Visitação ilegal vira caso de Polícia e ameaça gruta em MT

Ultimas denúncias são de agosto desde ano; guias clandestinos levam turistas mesmo com interdição


A beleza estonteante da Gruta da Lagoa Azul, em Nobres -MT, segue atraindo turistas desavisados, ou nem tanto, que são levados até lá por guias clandestinos, mesmo que o local esteja interditado há mais de 20 anos.

A situação já virou caso de Polícia e ameaça a conservação de um monumento esculpido pela natureza ao longo de milhares de anos. Hoje na Delegacia do Município tramitam três investigações sobre as invasões.

A gruta está interditada pela Portaria do Ibama n° 05 de 30 de maio de 1999. Segundo o documento, a medida foi tomada considerando o "avanço da degradação ambiental na Gruta Lagoa Azul, devido ao uso turístico descontrolado e predatório", diz trecho.

A interdição previa a colocação de cadeados e placas informativas nas entradas principais até que um Plano de Manejo para a conservação da caverna fosse apresentado pela Prefeitura de Nobres. Isso nunca aconteceu e o que seriam dois anos de interdição se tornaram 24.

Para a presidente do Comtour (Conselho Municipal de Turismo de Nobre), a empresária Carla Rocha, a visitação clandestina representa um risco não só a esse bem imaterial, como às pessoas que fazem o percurso, já que não há estrutura e nem regulamentação para isso.

"A gruta precisa ser preservada. Demorou bilhões de anos para ficar pronta. Então não é assim: "abre que eu quero ir lá tomar banho". Não é um balneário. As pessoas estão mais preocupadas em fazer fotos e aparecer no Instagram do que em preservar", lamenta.

Imagens feitas na gruta mostram pichações antigas, e outras nem tanto, e gravações esculpidas nas formações rochosas. "Havia lugares com estalactites e estalagmites [formações rochosas] de centenas de anos que, de tanto a pessoa passar e colocar a mão, foram desaparecendo, foram se quebrando", afirma Carla.

Para se aventurar nas belezas da gruta, o turista hoje precisa se arriscar escalando as rochas enquanto se segura nas raízes de árvores que crescem entre elas.

"Se uma pessoa é picada por uma cobra, quebra uma perna, um pé, como é que ela é resgatada do buraco?", ela questiona. "Ainda não tem uma escada, uma estrutura adequada".

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