Um juiz federal no Acre usou um aplicativo de inteligência artificial (IA) para elaborar uma sentença, mas foi descoberto.
Um juiz federal no Acre usou um aplicativo de inteligência artificial (IA) para elaborar uma sentença, mas foi descoberto. O caso está sendo investigado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
A sentença, proferida em uma ação trabalhista, foi baseada em jurisprudências inventadas pelo aplicativo ChatGPT. O advogado da parte derrotada na ação descobriu a fraude e reclamou ao tribunal.
O desembargador Néviton Guedes, corregedor da Justiça Federal da 1ª Região, emitiu uma circular recomendando aos juízes e desembargadores que não usem ferramentas de IA generativas abertas e não homologadas pelos órgãos de controle do Poder Judiciário para pesquisa de precedentes jurisprudenciais.
Ele também advertiu que o uso indiscriminado de IA acarreta responsabilidade do magistrado competente, com a qual todos os servidores, estagiários e colaboradores envolvidos devem concorrer.
O CNJ autorizou, por meio da Resolução 332/2020, a utilização de IA pelo Judiciário, mas estabelece uma série de balizas éticas para assegurar que o uso atenda ao objetivo de promover o bem-estar dos jurisdicionados e a prestação equitativa da jurisdição.
O juiz que utilizou o ChatGPT tratou o caso como “mero equívoco” decorrente de sobrecarga de trabalho e disse que parte da sentença foi feita por um servidor.
A apuração sobre o episódio foi arquivada na Corregedoria da 1ª Região, mas agora o caso será analisado pelo CNJ.