O deputado estadual Carlos Avallone (PSDB), presidente da Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa, tem acompanhado as ações de combate aos incêndios que se alastram pelo Pantanal mato-grossense. O parlamentar esteve na Sala de Situação do Corpo de Bombeiros, durante toda a tarde desta quinta-feira (16.11), e destacou a importância de ações conjuntas no combate às chamas.
"O fogo não tem dono. Pegou fogo, todos têm que ajudar. O Pantanal, se você não conhece o lugar, não consegue chegar. Tem que ter uma interação de todos. Governo Federal, Estadual, pantaneiros, pousadas, produtores rurais", destacou o deputado.
Segundo Avallone, apesar das dificuldades de acesso a alguns pontos, os satélites de monitoramento identificam os focos de calor e as equipes do Corpo de Bombeiros, Ibama e do ICMBio seguem em ações conjuntas com pantaneiros, produtores e empresários da região.
Atualmente há mais de 300 servidores trabalhando no combate aos incêndios no Pantanal, com o apoio de quatro aeronaves e veículos especiais de combate a incêndios. O contingente foi reforçado recentemente pelo Ibama e ICMBio.
"Os ventos estão muito fortes, o calor é intenso e mesmo nas áreas mais úmidas está pegando fogo. A gente está acompanhando por imagens, monitorando. Há um conjunto de ações. Isso é uma dimensão da operação. Eu fiquei lá de 13h45 até as 18h. Foram incêndios na região de Mimoso, na pousada Maguari. Os bombeiros foram para lá com os produtores, proprietários de pousadas", explicou Avallone.
O deputado estadual afirmou ainda que mesmo em meio aos esforços de combate às chamas no Pantanal também já são traçadas estratégias preventivas para evitar que situações como a atual voltem a ocorrer. "Traçamos várias metas com os bombeiros, pedindo opinião, sugerindo. Vamos ter que ter em Poconé sempre uma equipe de retaguarda, porque todo mundo foi para a Transpantaneira, no Porto Jofre, e quando começou a queimar no começo da Transpantaneira nós não tínhamos equipe. As condições do tempo estão mudando muito e rapidamente".
Incêndios no Pantanal
Na quarta-feira (16.11), os incêndios que consomem o Pantanal atingiram as duas margens da Rodovia Transpantaneira, em Poconé, em Mato Grosso. A estrada cruza todo o Pantanal mato-grossense e é o único acesso por terra para fazendas, pousadas e vilas da região, no sul do Estado. As chamas, concentradas na região de Porto Jofre, às margens do Rio Cuiabá, na divisa com Mato Grosso do Sul, são combatidas por terra e pelo ar, com o uso de aeronaves.
A região da Transpantaneira já foi atingida por incêndios em 2020. Além de equipes do Corpo de Bombeiros, brigadistas das fazendas e voluntários combatem as chamas. A estrada é de terra e o risco é de o fogo atingir e destruir as pontes de madeira. De acordo com a ONG É o Bicho MT, algumas pousadas da região atingidas pelas chamas são pontos estratégicos para observação de onças-pintadas, espécie ameaçada de extinção.
Conforme o Corpo de Bombeiros, este ano está sendo considerado atípico devido à falta de chuvas e às ondas de calor que atingem a região, favorecendo a propagação das chamas. Na terça-feira (14.11), o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, esteve em Cuiabá para verificar a situação do bioma e oferecer apoio. No mesmo dia, o governo do Mato Grosso publicou um decreto de emergência ambiental válido por 60 dias.
Em Mato Grosso do Sul, os incêndios atingem áreas de proteção ambiental do Pantanal Sul e dificultam o acesso por rodovias. Na BR-262, em Corumbá, motoristas enfrentavam corredores de fogo na manhã desta quinta-feira, 16. Em alguns trechos, a fumaça encobria totalmente a estrada.
PBN Online