O setor automotivo brasileiro tem capacidade para produzir cinco milhões de veículos. O recorde foi registrado em 2013, com 3.740.000 unidades. A expectativa de crescimento trouxe marcas e importadoras regulares ao Brasil, mas o mercado que crescia na casa de dois dígitos teve quedas significativas diante de crises políticas e econômicas, cenário que piorou com a pandemia da Covid-19, por paralisação das fábricas e concessionárias, além de inflação alta. Ainda assim, o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Márcio Lima, prevê recuperação do segmento. “Durante o período de alta de juros, nós tivemos limitação de produção. Então, não impactou. Com o fim da elevação da taxa de juros e uma expectativa de redução a partir do próximo ano, isso vai acabar acomodando o setor e permitindo um crescimento”, diz. Em setembro deste ano, duas fábricas paralizaram a produção no país, mas, ainda assim, Lima comemora os 208 mil veículos montados, aumento de 19% sobre setembro do ano passado. No acumulado do ano, a produção somou 1.750.000 carros comerciais leves, caminhões e ônibus, alta de 6,3% em relação ao período de janeiro a setembro de 2021. “A partir do próximo ano, a gente vai ter um cenário mais claro. O nosso setor trabalha com a [possibilidade da] redução da taxa de juros e retomada e inversão entre vendas a vista e a prazo. Quando vai ocorrer? No início do ano? Provavelmente não. Deve ocorrer um pouco mais no decorrer do ano, mas com tendência de redução, com a própria inflação reduzindo, o que deve favorecer bastante o nosso mercado”, argumenta.
Mesmo com forte impacto negativo na aprovação de empréstimos nas vendas de motos, o segmento específico não para de crescer, afirma o presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), Marcos Fermanian: “Pela segunda vez no ano, revisamos as projeções para cima. A nova perspectiva é de que seja fabricadas 1,4 milhão unidades, o que corresponde a uma alta de 18,8% na comparação com o ano passado. Apesar das unidades fabris manterem a curva de produção ascendente, o mercado pede mais. O consumidor encontra na motocicleta um veículo ágil, econômico e com baixo custo de manutenção. A intenção é atingir o recorde de 2011, quando foram produzidas mais de 2,1 milhões, mas acreditamos que iniciamos um ciclo de retomada do crescimento”. O crescimento do setor também foi impulsionado pela pandemia, na busca do transporte individual contra a Covid-19, além de ser uma alternativa para a alta do preço dos combustíveis.
*Com informações do repórter Marcelo Mattos