Eduardo Uram afirma que clube não deu "o mínimo" pela permanência do lateral, que vai assinar com o rival Palmeiras; segundo ele, Tricolor tentou envolver jogadores e dívida por Hudson
Eduardo Uram diz que o São Paulo não deu o mínimo para garantir a permanência de Caio Paulista, que está prestes a assinar com o Palmeiras.
O empresário do lateral-esquerdo deu sua versão sobre o imbróglio e declarou que o clube do Morumbi queria "comprar Caio por escambo", incluindo valores de outras negociações com o Fluminense, atual detentor dos direitos do atleta.
– O Caio não é um saco de batata, jogador de futebol não é saco de batata. Saco de batata você vende do jeito que quer, o saco de batata não fala onde quer ser colocado, que prateleira ele quer. O mínimo que o Caio pediu, o São Paulo não deu. Parcelamento é o de menos, o São Paulo queria comprar o Caio por escambo – declarou Uram, ao ge.
A saída de Caio Paulista gerou um constrangimento no Tricolor, já que o clube dava como certa sua permanência. Ele está emprestado até o dia 31, e a diretoria são-paulina deu declarações públicas de que o lateral-esquerdo seria comprado.
O contrato de empréstimo de Caio entre Fluminense e São Paulo tem uma cláusula de compra dos direitos pelos paulistas com valor fixado de 3,5 milhões de euros (cerca de R$ 18,7 milhões).
O São Paulo tinha a preferência; bastava ao clube depositar o valor estipulado e o acordo seria sacramentado automaticamente. Mas isso não foi feito.
Além de negociar o parcelamento, o Tricolor tentou oferecer débitos de outras transferências para abater o valor, como da ida de Hudson para o Fluminense, de acordo com Uram.
Nas últimas semanas, o negócio travou, mas não a ponto de preocupar o São Paulo, que via o Fluminense preocupado com a disputa do Mundial de Clubes. No Morumbi, esperava-se que o negócio fosse selado na volta dos cariocas da Arábia Saudita.
Só que os contatos com o estafe do atleta ficaram raros, e o Palmeiras entrou na negociação. O acordo com o rival está avançado.
– O São Paulo tem mérito em trabalhar com obediência orçamentária, com responsabilidade, e eles não tinham como pagar. Não acho que eles tenham errado nessa parte, eles têm direito de refazer proposta, buscar o melhor negócio, repito, tem mérito. Você quer Ferrari, mas não tem como pagar. O que não pode é justificar dessa maneira – prosseguiu o empresário.
Eduardo Uram não quis falar sobre a negociação com o Palmeiras, mas a expectativa é de que o acordo seja anunciado na próxima semana.