O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, se referiu nesta segunda-feira ao presidente argentino, Javier Milei, a quem classificou como um “erro fatal” na história de seu país e da América Latina, devido às suas políticas econômicas, especialmente pela redução do Estado aplicada pelo ultradireitista na nação sul-americana.
O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, se referiu nesta segunda-feira ao presidente argentino, Javier Milei, a quem classificou como um “erro fatal” na história de seu país e da América Latina, devido às suas políticas econômicas, especialmente pela redução do Estado aplicada pelo ultradireitista na nação sul-americana.
"Não aspiro a que você retifique, mas sim que receba esta mensagem, de que você está errado ( ) Você é um erro na história da América Latina, Milei, um erro fatal na história da Argentina", disse Maduro durante seu discurso anual perante a Assembleia Nacional (AN, Parlamento), em Caracas.
O chefe do regime chavista criticou que Milei, no poder desde 10 de dezembro passado, tenha eliminado vários ministérios com a crença de que "reduzindo o Estado nascerá por geração espontânea a prosperidade".
"Você está errado, Milei ( ) a você que colocaram na Argentina para destruir o Estado de direito, para destruir o Estado, para destruir todos os direitos sociais, trabalhistas, para destruir a economia nacional e para colonizar a Argentina e entregá-la de joelhos ao imperialismo norte-americano", afirmou.
Maduro insistiu que a linha marcada por seu colega argentino "não é o caminho" a seguir e que, em vez disso, na Venezuela seguirá "defendendo a necessidade de um poderoso Estado social, de justiça e de direito".
O ascenso do ultradireitista ao poder significou uma fratura ideológica nas relações entre Caracas e Buenos Aires, que viveram tensões durante a Presidência de Mauricio Macri (2015-2019), as quais voltaram a se normalizar durante o mandato de Alberto Fernández, que acaba de terminar.
Em várias ocasiões, Maduro denunciou que Milei quer converter a Argentina em uma "colônia do capital estrangeiro" e "someter ao povo a pacotes neoliberais".
Durante seu balanço de gestão anual perante o Parlamento, Maduro ofereceu ao presidente do Equador, Daniel Noboa, assessoria em matéria penitenciária para controlar a onda de violência desatada nessa nação, que declarou a existência de um "conflito armado interno" após confrontos com grupos irregulares nas prisões e em algumas zonas.
Maduro garantiu que "criar o caos nos países" da região, utilizando grupos criminosos, é uma "nova estratégia" com a qual os Estados Unidos pretendem "ocupar estes territórios com o Comando Sul".
Na sua opinião, qualquer tentativa de instalação de bases militares do país norte-americano na América Latina representa uma violação da soberania regional e "um erro histórico", pois "não resolve o problema".