Arrastado por 30 metros, mamífero aquático de mais de 200 kg foi abatido na região de São Félix do Araguaia (MT). Biólogos comentam sobre raridade do registro.
As imagens de uma onça-pintada (Panthera onca) arrastando um boto-do-araguaia (Inia araguaiaensis) de mais de 200 kg, por cerca de 30 metros na região de São Félix do Araguaia (MT), após a predação surpreendeu pesquisadores da Associação Guardiões do Cerrado. (Veja vídeo no final da matéria)
O grupo realiza monitoramentos de diversos animais na região do médio e baixo Rio Araguaia, principalmente no Mato Grosso. Ocorrido no final de outubro, o flagrante foi divulgado nesta semana e preenche lacunas importantes para a comunidade científica no quesito predador versus presa.
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Só que, de acordo com ele, esse novo registro deixou clara a capacidade do maior felino das américas de predar os botos ainda vivos, mesmo quando está acompanhado de um filhote.
"Esse local tem mais de um metro de profundidade e os botos entram ali frequentemente para encurralar os peixes e se alimentarem. Certamente, esse boto não estava encalhado, foi um ataque rápido e certeiro. Eu acredito que a onça provavelmente saltou da praia em cima do boto no momento em que ele emergiu para respirar", diz.
O Rio Araguaia, com cerca de 2,1 mil km de extensão, é um dos principais corredores ecológicos no Brasil, e ficou conhecido como Corredor da Onça.
Antes da predação, uma câmera de monitoramento já estava instalada em uma árvore na beira de um barranco, em uma trilha que dá acesso ao interior da mata para quem vem da praia. A mata fica na região da confluência do Rio das Mortes com o Rio Araguaia, uma planície de inundação no município de São Félix do Araguaia (MT).