Doze mulheres que foram vítimas de Jeffrey Epstein, um financista americano morto em 2019, entraram com uma ação judicial na quarta-feira (14) acusando o FBI de negligência em sua investigação. Elas alegam que a inação do FBI permitiu que o tráfico sexual de Epstein continuasse por mais de 20 anos.
As vítimas, que usam pseudônimos como “Jane Doe”, afirmam que o FBI recebeu em 1996 informações críveis de que Epstein estava traficando mulheres jovens e meninas. No entanto, a agência não entrevistou as vítimas nem comunicou o que sabia às autoridades federais e locais.
Segundo a ação, o FBI finalmente iniciou uma investigação em 2006, mas a encerrou dois anos depois. Epstein se declarou culpado de um cargo de prostituição na Flórida e o FBI ignorou as pistas até a sua prisão em julho de 2019. Epstein se suicidou um mês depois.
“Como causa direta da negligência do FBI, as demandantes não teriam sido vítimas de tráfico sexual, abusos, violações, torturas e ameaças”, diz a ação judicial. As vítimas pedem reparação de danos e que o papel do FBI na rede de tráfico sexual de Epstein seja finalmente esclarecido.
A ação foi protocolada em um tribunal federal de Manhattan e tem como único réu o governo dos Estados Unidos.
Em uma audiência do Senado em dezembro de 2023, o diretor do FBI, Christopher Wray, foi questionado sobre a falta de ação da agência. Ele prometeu investigar se há mais informações que podem ser fornecidas.
As vítimas já receberam cerca de US$ 500 milhões em acordos com um programa financiado pelo espólio de Epstein e com dois de seus bancos, JPMorgan Chase e Deutsche Bank. Não está claro se as 12 demandantes receberam alguma compensação desses acordos. Estima-se que o número de vítimas de Epstein seja superior a 100.
Mais de três anos após a morte de Epstein, as investigações sobre seus crimes continuam, assim como o clamor de suas vítimas por justiça. O caso de Epstein se tornou um símbolo da luta por justiça em crimes sexuais e amplificou o movimento contra o abuso e a exploração de menores por figuras poderosas.
(Com informações da Reuters)
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