O Promotor de Justiça Paulo Henrique Amaral Motta requisitou, com urgência, a reconstituição simulada dos fatos que levaram à morte do aluno soldado do Corpo de Bombeiros, Lucas Veloso Peres, 27 anos. Lucas morreu por conta de um afogamento durante treinamento realizado por instrutores da corporação, na terça-feira (27), na Lagoa Trevisan.
O membro do Ministério Público, considerando indícios de suposta prática delitiva, requisitou instauração de inquérito para apurar a morte de Lucas. Laudo da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) apontou que ele perdeu a vida devido a afogamento.
Uma das hipóteses que havia sido levantada era de que Lucas poderia ter sofrido um mal súbito enquanto estava realizando o treinamento, o que foi afasto pelo laudo.
Segundo as informações apuradas, Lucas estava realizando um procedimento de resgate. Ele já havia feito alguns treinamentos na lagoa.
Durante a aula, realizada na manhã de terça-feira, Lucas pegou um "flutuador" e foi questionado se tinha condições de finalizar a atividade. Em certo momento, ele acabou afundando na água e foi resgatado. Foi apontado que pouco antes de se afogar, o jovem teria reclamado que sentia falta de ar.
Levado à uma unidade médica, ele não resistiu. Alunos do curso de formação de soldados do Corpo de Bombeiros discutiram a morte de Lucas em um grupo do Whatsapp e um deles sugeriu que a vítima levou um "caldo", quando a cabeça é afundada na água para testar resistência. Outros alunos chegaram a afirmar que viram parte da ação, mas só irão falar sobre o caso na Justiça.
Ao coronel Dércio Santos da Silva, membro da Corregedoria-Geral do Corpo de Bombeiros e encarregado do inquérito policial militar (IPM), o promotor requisitou cinco providências a serem concluídas em 40 dias, inclusive a reprodução simulada dos fatos.
Requereu a identificação e interrogatório dos responsáveis envolvidos nos fatos, identificação e inquirição de eventuais testemunhas diretas, mais precisamente dos alunos que participavam do curso, juntada do exame de necropsia de Lucas, diligências para obtenção de possíveis imagens de eventuais câmeras de segurança das proximidades do local, e que seja promovida a reprodução simulada dos fatos.
"Na hipótese de já haver investigação policial em trâmite, apenas considere a presente como uma requisição de prioridade nas diligências que serão desenvolvidas. Solicito-lhe, ainda, a acuidade em comunicar a esta Promotoria de Justiça Militar tão logo haja o atendimento à presente requisição", manifestou Amaral Motta.