Uma vacina que previne câncer está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) gratuitamente. Estamos nos referindo à vacina contra o HPV, um vírus associado a mais de 90% dos casos de câncer de colo do útero e fator de risco para o desenvolvimento de câncer em várias regiões do corpo, como ânus, pênis, vulva, vagina e cabeça e pescoço (orofaringe).
Essa vacina está disponível no SUS desde 2014, quando foi incluída no Plano Nacional de Imunizações (PNI). Inicialmente, foi oferecida apenas para meninas, mas os meninos foram incluídos no público-alvo em 2017.
Apesar de ser gratuita e oferecer proteção contra vários tipos de câncer, a adesão à vacinação ainda não atingiu os índices esperados no país, especialmente entre os meninos. Especialistas apontam que a desinformação e o preconceito estão entre os motivos para essa baixa adesão.
Após a vacina contra a Covid-19, a vacina contra o HPV é uma das mais contestadas pelo movimento antivacina e por negacionistas. Alguns argumentam, por exemplo, que a vacina pode promover uma iniciação sexual mais precoce. No entanto, especialistas afirmam que a vacina não influencia nesse aspecto e que os pais que optam pela vacinação estão preocupados com a saúde de seus filhos.
Neila Speck, presidente da Comissão Nacional Especializada no Trato Genital Inferior da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), também ressalta que existe muita desinformação sobre as doenças que o HPV pode causar, bem como esquecimento por parte dos responsáveis sobre o esquema de duas doses da vacina.
A cobertura vacinal contra o HPV no Brasil ainda está aquém do ideal, com percentuais abaixo das metas estabelecidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS). É recomendado que meninas e meninos de 9 a 14 anos sejam vacinados, juntamente com pessoas de 9 a 45 anos em condições clínicas especiais e vítimas de abuso sexual.
A vacina contra o HPV é mais eficaz em jovens menores de 15 anos e é recomendada antes da exposição ao vírus, ou seja, antes do início da vida sexual. Além de prevenir o câncer do colo do útero, a vacina também oferece proteção contra outros tipos de câncer, como pênis, ânus, orofaringe, vagina e vulva. Vacinar o público masculino também é importante para interromper a cadeia de transmissão do vírus.
Portanto, a vacina contra o HPV é uma medida crucial na prevenção de diversos tipos de câncer e deve ser considerada uma prioridade na saúde pública.
GAZETA BRASIL