O governo da Venezuela reagiu com duras críticas à nota oficial do Itamaraty sobre as eleições presidenciais no país, previstas para 28 de julho.
O governo da Venezuela reagiu com duras críticas à nota oficial do Itamaraty sobre as eleições presidenciais no país, previstas para 28 de julho. Em comunicado divulgado nesta terça-feira (26), a chancelaria venezuelana classificou a posição brasileira como “cinzenta e intrometida”, acusando o Itamaraty de “profundo desconhecimento e ignorância sobre a realidade política na Venezuela”.
A nota do Itamaraty, publicada mais cedo, manifestava “expectativa e preocupação” com o processo eleitoral venezuelano e mencionava a recente inabilitação da candidata da oposição, María Corina Machado, como um fator preocupante. O governo brasileiro também reiterou seu repúdio às sanções internacionais impostas ao país.
Em resposta, a Venezuela acusou o Brasil de fazer “comentários carregados de profunda ignorância” e exigiu “o mais estrito respeito pelo princípio da não ingerência nos assuntos internos e na nossa democracia, uma das mais robustas da região”.
O governo venezuelano também rebateu as críticas à inabilitação de María Corina Machado, alegando que a candidata “não apresentou a documentação exigida pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE)”. Afirmaram ainda que as eleições serão “um passo firme para que a vida política se normalize e a democracia se fortaleça na Venezuela”.
Apesar das tensões diplomáticas, a nota venezuelana encerrou agradecendo ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo apoio político à Venezuela, especialmente em relação às sanções impostas pelos Estados Unidos.
A troca de comunicados entre os governos do Brasil e da Venezuela reflete as tensões políticas e ideológicas em curso na América Latina, especialmente em meio ao cenário eleitoral e à pressão internacional sobre a situação política e econômica venezuelana.