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Paracetamol durante a gravidez: mito ou verdade? Pesquisa traz respostas surpreendentes

Não há evidências de que o uso de paracetamol, também conhecido como acetaminofeno, durante a gravidez aumente o risco de autismo, TDAH ou deficiência intelectual na infância, concluiu o maior estudo sobre o assunto até o momento.


Foto: Gazeta Brasil

Não há evidências de que o uso de paracetamol, também conhecido como acetaminofeno, durante a gravidez aumente o risco de autismo, TDAH ou deficiência intelectual na infância, concluiu o maior estudo sobre o assunto até o momento.

A análise de mais de 2,4 milhões de crianças nascidas na Suécia incluiu irmãos que não foram expostos à droga antes do nascimento, destacaram os pesquisadores.

Os irmãos compartilham a genética e a criação, permitindo que os pesquisadores descartem outros fatores que poderiam contribuir para o autismo, TDAH e atrasos no desenvolvimento.

Neste estudo, os pesquisadores não encontraram um aumento no risco ao comparar os irmãos expostos ao paracetamol no útero com os irmãos ou irmãs que não estavam, de acordo com os resultados, publicados na edição de 9 de abril do Journal of the American Medical Association.

"Os achados deste estudo podem ser uma boa notícia para as pessoas que dão à luz e usam paracetamol como uma opção para o manejo da dor ou da febre, já que há poucas alternativas seguras de alívio disponíveis", disse a coautora principal, Renee Gardner, pesquisadora principal do Instituto Karolinska da Suécia.

"Esperamos que nossos resultados tragam tranquilidade aos futuros pais quando enfrentarem a decisão, às vezes tensa, de tomar esses medicamentos durante a gravidez quando sofrem de dor ou febre", acrescentou Gardner.

O paracetamol é o ingrediente ativo do Tylenol e também é um componente de remédios para resfriado e gripe, como Theraflu, Excedrin e Mucinex, observaram os pesquisadores nas notas de apoio.

A preocupação com o uso de paracetamol durante a gravidez aumentou nos últimos anos.

Em 2021, um grupo internacional de pesquisadores e médicos recomendou que as mulheres grávidas "minimizem a exposição [ao paracetamol] usando a dose eficaz mais baixa pelo menor tempo possível", com base em pesquisas que indicam que o medicamento poderia aumentar o risco de distúrbios neurológicos e do desenvolvimento em crianças. Sua declaração de consenso foi publicada na revista Nature Reviews Endocrinology.

Este novo estudo incluiu dados sobre o uso de medicamentos durante a gravidez para os nascimentos ocorridos entre 1995 e 2019 na Suécia. Menos de 8% das crianças foram expostas ao paracetamol durante a gravidez, observaram os pesquisadores.

Ao acompanhar cada criança até os 26 anos, os pesquisadores encontraram um pequeno aumento no risco de autismo, TDAH e deficiência intelectual em toda a população. No entanto, não houve aumento no risco ao comparar os irmãos, mostram os resultados.

É provável que o aumento no risco de distúrbios do desenvolvimento encontrado em outros estudos seja devido a fatores diferentes do paracetamol, apontaram os pesquisadores.

"Nosso estudo e outros sugerem que há muitos fatores familiares e de saúde distintos que estão associados tanto ao uso de paracetamol quanto aos distúrbios do neurodesenvolvimento", disse em um comunicado de imprensa da Drexel o coautor principal, Brian Lee, professor associado da Escola de Saúde Pública da Universidade de Drexel. "A genética provavelmente desempenha um papel, mas o trabalho futuro para elucidar esse mecanismo é crucial".

FONTE: Universidade de Drexel, comunicado de imprensa, 8 de abril de 2024.

GAZETA BRASIL

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