A previsão do mercado para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2022 cresceu quase dez vezes ao longo do ano. O número aparece no Relatório Focus, publicado pelo Banco Central toda segunda-feira.
O Relatório Focus desta segunda-feira, 24, aumentou a projeção de 2,71% para 2,76% em 2022. Na primeira edição deste ano, o documento registrou a previsão de crescimento econômico em 0,28%. Assim, o número previsto cresceu praticamente dez vezes.
Além disso, o documento registra a 17ª queda consecutiva da prévia para o fechamento do Índice de Preços ao Consumidor Amplo em 2022. Elaborado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística para medir a inflação, o indicador caiu de 5,62% para 5,6%.
De acordo com o Banco Central, o Relatório Focus traz estatísticas calculadas considerando as expectativas de mercado coletadas até a sexta-feira anterior à sua divulgação. O documento mostra a evolução gráfica e o comportamento semanal das projeções para índices de preços, crescimento econômico, câmbio, taxa Selic, entre outros indicadores para o Brasil. As projeções são do mercado, e não do banco.
A nova projeção do mercado para o crescimento econômico do Brasil está ainda mais próxima da estimativa do Fundo Monetário Internacional (FMI) para a expansão do PIB do país: 2,8%. O órgão divulgou os dados em outubro.
Ao longo de 2022, o FMI revisou três vezes a expectativa para o desempenho do PIB brasileiro para cima. Em janeiro, a previsão estimava apenas 0,3% de expansão.
Ainda assim, Paulo Guedes, ministro da Economia, acredita que o fundo está subestimando o potencial do país. Na opinião dele, o crescimento econômico do Brasil pode chegar a 3% neste ano.
"Possivelmente, estão prevendo um crescimento baixo, porque estão achando que o outro candidato vai ganhar, e isso vai ser muito ruim para o crescimento", afirmou o ministro, na data da divulgação das projeções do FMI, antes de dizer que o país continuará crescendo com a continuidade do governo do presidente Jair Bolsonaro.
"Quando se faz uma mudança estrutural forte na economia, que é o nosso caso, os modelos antigos perdem a aderência", explicou o ministro. "Eles [o FMI] estavam prevendo crescimento baixo baseado em investimento público, que está caindo há 20 anos. Então, cada vez mais, o país cresce menos, o que era uma verdade, um fato. Mas mudamos o modelo econômico e agora é baseado em investimentos privados. Temos R$ 900 bilhões de investimentos privados já contratados."
Revista Oeste