Campeão do mundo em 1994 e 2002, Ronaldo vê a seleção brasileira como favorita ao título da Copa do Catar, prevista para acontecer entre 20 de novembro e 18 de dezembro deste ano. Em entrevista ao jornal inglês “The Guardian”, o Fenômeno colocou a equipe de Tite e a Argentina como principais candidatas a erguer o troféu e minimizou o desempenho recente dos europeus no torneio da Fifa. “França, Espanha. A Alemanha está sempre presente. A Inglaterra produziu um grande Euro. Mas a Argentina está invicta há 35. O Brasil parece muito bom, são super-favoritos, embora isso não conte para nada”, analisou o ex-atacante. “No Brasil, queremos vencer. Fala-se muito do 82, que jogou muito bem, mas não ganhou. Em 94, as pessoas dizem que não jogamos bem e, bem, quem se importa? Vamos ver o que Tite faz. Ele tem opções boas opções na frente”, complementou o ex-craque, citando Vinicius Júnior, Neymar, Raphinha e Gabriel Jesus.
Durante a longa entrevista, Ronaldo também foi perguntado sobre quem é o melhor jogador de todos os tempos. Apesar de não cravar um nome, o Fenômeno citou alguns atletas, se incluiu na relação e deixou o português Cristiano Ronaldo de fora. “Acho que existe um grupo muito, muito especial onde você tem Diego [Maradona], Messi, Cruyff, Beckenbauer, Pelé, Van Basten, Ronaldinho. Eu me incluiria. Deixe os fãs dizerem, deixe-os debater nos bares. Mas você não pode classificá-los, não pode comparar gerações”, declarou o ex-jogador. “As pessoas me chamam de Ronaldo Original, mas, caramba, havia outros e eles não eram falsos. Eu não sou o único e mais virão e serão melhores do que eu, em tudo”, acrescentou. “Fiz o que pude, o melhor que pude. Estou fazendo outras coisas agora, coisas importantes, e quero continuar melhorando. Como jogador de futebol, não posso fazer mais nada agora”, finalizou sobre o tema.
Ronaldo também foi perguntado sobre apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) usar a camisa da seleção brasileira em manifestações políticos. O bicampeão do mundo, entretanto, disse que a peça não foi apropriada por bolsonaristas e preferiu não declarar em quem irá votar. De acordo com o Fenômeno, as eleições estão sendo marcadas pela “intolerância” e “radicalismo”. “Quem quiser usar, usa. Não há apropriação. Há uma guerra política no Brasil agora como na Espanha, nos EUA, em todos os lugares. Estamos em um momento muito polarizado, muito intolerante. Você escolhe um lado, o outro lado te odeia. Peço que sejamos mais tolerantes com ideias diferentes. Menos radicais. Só pode haver diálogo, melhoria, sem extremistas. Não declarei meu voto justamente por causa de onde o povo brasileiro se encontra. Estou mais calmo, aceitando as escolhas das pessoas. Todo mundo precisa que o Brasil seja um país melhor”, analisou.