O Sindicato dos Guardas Civis Metropolitanos de São Paulo (Sindguardas-SP) notificou a prefeitura da capital paulista após constatar que agentes que trabalham na região da Cracolândia, no centro da cidade, foram contaminados por várias doenças.
O Sindicato dos Guardas Civis Metropolitanos de São Paulo (Sindguardas-SP) notificou a prefeitura da capital paulista após constatar que agentes que trabalham na região da Cracolândia, no centro da cidade, foram contaminados por várias doenças.
Conforme matéria publicada pela CNN, que teve acesso ao documento interno da prefeitura, a lista consta 11 guardas civis infectados com tuberculose, sarna, pneumonia e outras doenças transmitidas pelo ar ou contato, no período de setembro de 2023 a fevereiro de 2024.
Em resposta, a prefeitura afirmou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) garante a disponibilização dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) necessários aos agentes e está analisando as demandas do sindicato. A administração municipal também confirmou que o cercamento de trechos na Cracolândia, anunciado em 20 de junho, visa melhorar as condições de trabalho e segurança dos agentes, negando relação direta com a notificação do sindicato.
A questão da saúde pública na Cracolândia foi amplamente discutida durante a CPI da Epidemia do Crack na Assembleia Legislativa de São Paulo em 2023. Autoridades como o Delegado de Polícia Ronaldo Sayeg destacaram que o problema vai além da segurança pública, exigindo uma abordagem multifacetada. Por outro lado, a psicóloga Maria Angélica enfatizou que a questão deve ser tratada no âmbito da saúde, considerando que os próprios agentes enfrentam vulnerabilidades similares aos moradores de rua.
No documento enviado à prefeitura, o Sindguardas-SP explicou que os guardas sofrem exposição biológica significativa durante as atividades de limpeza na Cracolândia, apesar do uso de EPIs. O sindicato sugeriu que o trabalho na região seja classificado como insalubre, pois atualmente os guardas recebem apenas adicional de periculosidade, o que não pode ser acumulado com o adicional de insalubridade conforme a legislação vigente.
Em resposta às demandas, a prefeitura informou que as questões estão sendo analisadas pela equipe técnica da Secretaria Municipal de Gestão e que os agentes já recebem adicional de periculosidade, conforme estabelecido. A Secretaria Municipal de Segurança Urbana reiterou que a GCM garante a disponibilização dos EPIs necessários para os agentes que atuam na região da Cracolândia.