No primeiro turno, Onyx Lorenzoni (PL), ex-ministro de Bolsonaro, terminou mais de dez pontos à frente de Eduardo Leite (PSDB). O tucano avançou ao segundo turno com uma vantagem apertada – pouco mais de dois mil votos – sobre Edegar Pretto (PT).
Na última segunda-feira (24), o PT gaúcho anunciou “voto crítico” em Eduardo Leite, com a justificativa de “derrotar o bolsonarismo”. O tucano, no entanto, evitou declarar voto na disputa presidencial, que teve Bolsonaro à frente no estado, com 48,89% dos votos válidos, no primeiro turno.
A vantagem de Jorginho Mello (PL) sobre Décio Lima (PT) foi de 21,19% no primeiro turno. O líder é do mesmo partido do presidente, que superou 62% dos votos válidos no estado.
As posições dos candidatos derrotados também dificultam a missão do petista. Os postulantes que ficaram pelo caminho estão próximos de Bolsonaro e evitaram declarar apoio público na disputa estadual.
Mello, que disputa em uma chapa “puro sangue”, tem explorado o aumento de seu tempo de propaganda na televisão – de 43 segundos no primeiro turno para cinco minutos por bloco no segundo.
Na esteira da disputa federal, dois ex-ministros dos candidatos à Presidência estão no páreo paulista: Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Fernando Haddad (PT).
Com seis pontos a mais do que Haddad no primeiro turno, Tarcísio ganhou o apoio do governador Rodrigo Garcia (PSDB), que alcançou 18% na votação. O anúncio aconteceu logo no dia 2 de outubro.
Desde então, o candidato do Republicanos também conseguiu ainda o apoio das cúpulas estaduais do MDB e do União Brasil. O Solidariedade paulista aderiu ao petista.
O governador Renato Casagrande (PSB) liderou por oito pontos no primeiro turno, com uma das maiores coligações do país. Do outro lado, Carlos Manato (PL) mira a aproximação com Bolsonaro, que venceu no estado no primeiro turno (52,23%), para superar o socialista.
Ainda que esteja do lado de Lula nacionalmente, Casagrande tem recebido apoio de nomes ligados ao atual presidente no estado, caso do senador Marcos do Val (Podemos).
O atual chefe do Executivo tenta evitar uma nova derrota na tentativa de se reeleger. Em 2014, quando estava no cargo pela primeira vez, perdeu o pleito para Paulo Hartung, no então PMDB.
Único estado do Centro-Oeste em que a eleição para governador foi ao segundo turno, Mato Grosso do Sul teve a disputa mais acirrada da primeira votação. Capitão Contar (PRTB) ficou à frente de Eduardo Riedel (PSDB) por apenas um ponto.
Contar ganhou o apoio de Rose Modesto (União Brasil), quarta colocada no primeiro turno com 12% dos votos válidos.
Riedel busca manter uma hegemonia de oito anos de seu partido no estado. Em um ano em que o PSDB perdeu o comando de São Paulo e não elegeu nenhum governador em primeiro turno, Riedel é uma aposta da legenda para o dia 30.
Em uma eleição que coloca grupos políticos adversários frente a frente, Paulo Dantas (MDB) abriu 19,8 pontos percentuais sobre Rodrigo Cunha (União Brasil) em 2 de outubro. O atual governador alcançou 46,6% dos votos válidos no primeiro turno.
Dantas foi afastado do governo do estado no último dia 11. A decisão, proferida pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), ocorreu no âmbito de uma investigação sobre a suposta participação do governador em uma organização criminosa que desviou salários de servidores fantasmas na Assembleia Legislativa de Alagoas. Nesta semana, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu devolver o cargo a Dantas.
Seu oponente conta com a bênção de Arthur Lira (PP), presidente da Câmara dos Deputados e aliado de Bolsonaro. Apesar disso, Cunha preferiu não manifestar publicamente seu voto para presidente.
Entre os candidatos a governador que estão no segundo turno, Jerônimo Rodrigues (PT) foi quem mais se aproximou dos 50% que o levariam a liquidar a disputa em primeiro turno: 49,5%. Seu oponente, ACM Neto (União), teve 40,8%.
O segundo colocado aposta na boa avaliação de sua gestão na prefeitura de Salvador para reverter a desvantagem. Na capital, ele obteve 52,79% dos votos na primeira votação.
Jerônimo se vale de seus padrinhos políticos, Lula e Rui Costa (PT), atual governador. Costa foi reeleito em 2018 com mais de 75% dos votos, enquanto o ex-presidente teve 69% dos votos válidos no primeiro turno deste ano no estado.
Em um primeiro turno pulverizado, Marília Arraes (Solidariedade) chegou ao segundo turno com 24% dos votos válidos e uma vantagem de menos de quatro pontos percentuais sobre Raquel Lyra (PSDB).
No segundo turno, Arraes ganhou o apoio de Lula e do prefeito do Recife, João Campos (PSB), que enfrentou pelo cargo em 2020. Primos, eles estavam rompidos politicamente.
Do outro lado, Lyra ficou viúva no dia do primeiro turno, o que causou o adiamento da retomada de sua campanha. Ela conta com o apoio de Miguel Coelho (União Brasil), candidato que recebeu 18% dos votos para governador no dia 2 de outubro.
Mais de 15 pontos separaram o governador João Azevêdo (PSB) de Pedro Cunha Lima (PSDB) nas urnas em 2 de outubro. Lula, que teve 64% dos votos válidos no estado, defende a reeleição do mandatário.
No segundo turno, Azevêdo atraiu para seu palanque ainda o Republicanos, que teve os deputados federal e estadual mais votados do estado.
Por outro lado, Cunha Lima recebeu o apoio de Veneziano Vital do Rêgo (MDB), que foi o candidato apoiado por Lula no primeiro turno e recebeu 17% dos votos. O tucano ensaiou também uma aproximação com Nilvan Ferreira (PL), que teve 18%, mas o candidato do PL se declarou neutro na disputa.
O petista Rogério Carvalho recebeu 44,7% dos votos válidos no primeiro turno contra 38,9% de Fábio Mitidieri (PSD). Ambos declararam apoio ao ex-presidente Lula, que teve 63,82% para presidente no estado.
Carvalho recebeu o apoio de Valmir de Francisquinho (PL), candidato barrado pela Justiça Eleitoral no primeiro turno. Dessa forma, tornou- se o único candidato a governador a unir o PT de Lula e o PL de Bolsonaro.
Quatro dias antes da eleição, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) barrou a candidatura de Valmir de Francisquinho, seguindo o Tribunal Regional de Eleitoral Sergipe, que o declarou inelegível com base na Lei da Ficha Limpa.
Apesar disso, em 2 de outubro, Francisquinho recebeu mais de 450 mil votos, que foram considerados nulos.
Em uma disputa entre o atual e um ex-governador, Wilson Lima (União) acumulou, no primeiro turno, mais de 21 pontos de vantagem sobre Eduardo Braga (MDB), que governou o estado de 2003 a 2010.
Apoiado por Bolsonaro, Lima tem em seu palanque David Almeida (Avante), prefeito de Manaus. Do outro lado, Braga tem trabalhado para atrair eleitores de Lula. No primeiro turno, o petista venceu com 49,58% dos votos válidos no Amazonas.
Nome histórico estadual e governador por três vezes, Amazonino Mendes (Cidadania), terceiro colocado no primeiro turno, não declarou publicamente seu voto.
O governador Marcos Rocha (União Brasil) liderou o primeiro turno com pouco mais de um ponto percentual em relação a Marcos Rogério (PL).
Além da pretensão de chegar ao cargo, os dois candidatos dividem o apoio a Bolsonaro. No estado, o presidente teve 64,32% dos votos válidos.
Levantamento da CNN mostra que viradas de resultado entre os turnos representam uma minoria nas eleições brasileiras.
Desde 1990, quando passou a vigorar a possibilidade de haver uma segunda rodada de votação estadual, o vencedor do primeiro turno manteve a posição no segundo em cerca de 72% das disputas. Houve virada em 28% dos casos.
Das 107 eleições estaduais que foram definidas em segundo turno desde então, 77 foram vencidas pelos candidatos que obtiveram mais votos no primeiro. Nas outras 30, o segundo colocado na primeira votação conseguiu virar e se eleger.
Este conteúdo foi originalmente publicado em Disputas por 12 governos estaduais entram na reta final no site CNN Brasil.