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Sobrevivente de coma recorda momentos em que médicos cogitaram desligar seu suporte de vida

O simples ato de desligar aparelhos de suporte à vida de uma pessoa em coma pode parecer inevitável, mas para muitos, essa decisão levanta uma série de questões emocionais e científicas.


Foto: Gazeta Brasil

O simples ato de desligar aparelhos de suporte à vida de uma pessoa em coma pode parecer inevitável, mas para muitos, essa decisão levanta uma série de questões emocionais e científicas. Esse é o caso de um homem que, aos 8 anos de idade, ficou em coma por quase dois meses após ser atropelado por uma van a caminho da escola, e que hoje reflete sobre sua jornada e recuperação surpreendente.

Segundo o tabloide britânico DailyMail, tudo começou em um dia comum, quando ele, atrasado para pegar o ônibus escolar, atravessou uma rodovia próxima de casa, em um vilarejo perto de Cheltenham, Reino Unido. Uma van, tentando ultrapassar outro veículo fora de seu campo de visão, o atingiu violentamente na cabeça, lançando-o a vários metros de distância. O acidente fraturou sua perna e o deixou inconsciente, resultando em uma hemorragia cerebral que o colocou em um coma profundo.

Levantava-se uma dúvida terrível para seus pais. Com ele internado em uma unidade de terapia intensiva no Hospital Frenchay, perto de Bristol, os médicos advertiram que as chances de recuperação eram mínimas. Caso acordasse, os prognósticos indicavam que passaria o resto da vida em uma cadeira de rodas.

No entanto, seus pais nunca perderam a esperança. Sua mãe, Pat, uma ex-enfermeira, fazia visitas diárias e contava notícias do cotidiano familiar ao filho desacordado, na expectativa de algum sinal de resposta. Mesmo quando os monitores mostravam atividade cerebral mínima e uma enfermeira sugeriu que falar com ele era uma perda de tempo, sua mãe continuou.

Até que, um dia, algo inesperado aconteceu. Enquanto relatava que sua irmã mais nova, de apenas dois anos, estava praticando piano em seu lugar, ele riu. Foi o primeiro sinal de vida após semanas de incertezas. Esse pequeno gesto foi suficiente para interromper os planos de desligar os aparelhos de suporte e, aos poucos, ele começou a despertar do coma.

Apesar das previsões pessimistas, ele contrariou todas as expectativas médicas. Ao longo de seis meses, passou por sessões intensivas de fisioterapia e, aos poucos, reaprendeu a andar, falar e até escrever. Ainda assim, o caminho para a recuperação total foi árduo. Mesmo após deixar o hospital, ele enfrentou anos de reabilitação para reconstruir sua coordenação motora e restaurar sua fala.

A experiência de estar em coma, segundo ele, não foi de total inconsciência. Ele relata ter vivido uma sequência de sonhos – alguns repetitivos e estressantes – nos quais tentava se comunicar com os enfermeiros, mas sem sucesso. Curiosamente, ele descobriu mais tarde que esses sonhos tinham correspondência com situações reais pelas quais passava, como ser transferido para diferentes leitos após cirurgias para aliviar a pressão no cérebro.

Hoje, novas pesquisas sugerem que ele não está sozinho em acreditar que havia algum nível de consciência durante o coma. Um estudo publicado no New England Journal of Medicine revelou que um em cada quatro pacientes em coma profundo, incapazes de se mover ou falar, pode realizar tarefas mentais complexas, mesmo que esses sinais não sejam imediatamente visíveis. O uso de técnicas avançadas de escaneamento cerebral, como a ressonância magnética funcional (fMRI), possibilita a medição de atividades cerebrais sutis, indicando que alguns pacientes podem estar mais conscientes do que se pensava.

Especialistas em neurologia, como a Dra. Judith Allanson e a Dra. Erika Molteni, destacam a importância dessas descobertas para melhorar o cuidado com pacientes em coma e garantir decisões mais precisas sobre tratamentos e a continuidade do suporte à vida. Embora ainda não exista uma maneira clara de determinar o que cada paciente em coma experimenta, é sabido que alguns têm lapsos de consciência, e até mesmo sonhos, como indicam estudos recentes.

Atualmente, o homem que desafiou todas as probabilidades médicas vive em Londres com sua esposa e filho, após uma carreira bem-sucedida no jornalismo. Para alguém cujo cérebro foi considerado “morto” pelos médicos, sua história é um poderoso lembrete de que a ciência da consciência ainda está evoluindo, e que a esperança, mesmo nas situações mais sombrias, pode ser o fator decisivo entre a vida e a morte.

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