Israel e Líbano estão próximos de firmar um acordo para um cessar-fogo, de acordo com informações do primeiro-ministro libanês Najib Mikati, divulgadas nesta quinta-feira (30). A emissora pública israelense “Kan” divulgou um rascunho da proposta que visa encerrar o conflito.
O acordo prevê o término das hostilidades entre Israel e o grupo terrorista Hezbollah. O governo libanês será encarregado de desarmar o Hezbollah e eliminar sua ameaça ao território israelense.
Mikati expressou esperança de que um entendimento entre os dois países ocorra nas próximas horas ou dias.
O rascunho do cessar-fogo, datado de 26 de outubro, estabelece cláusulas que incluem:
– O Hezbollah e outros grupos terroristas não poderão atacar Israel, enquanto Israel se compromete a não realizar operações militares em solo libanês.
– O Exército libanês e os pacificadores da ONU (Unifil) serão as únicas forças armadas na região da Linha Azul, próxima à fronteira entre os 2 países.
– Vendas de armas destinadas ao Líbano devem ser supervisionadas pelo governo libanês para impedir que cheguem a grupos como o Hezbollah.
– Israel retirará suas tropas do Líbano em um prazo de 7 dias, substituindo-as por forças do Exército libanês, com supervisão dos EUA e de outro país a ser definido.
– Dentro de 60 dias, o Líbano deve desarmar qualquer grupo terrorista não oficial no sul do país, incluindo o Hezbollah.
– Israel terá o direito de se defender contra ameaças caso o Líbano não consiga impedir a produção, armazenamento ou transporte de armas pesadas por grupos não oficiais.
A imprensa israelense informou que a implementação do acordo será monitorada pelos Estados Unidos e por outros países ainda não especificados. O descumprimento das cláusulas por Israel ou Líbano poderá resultar em sanções econômicas.
O governo dos EUA confirmou a existência de rascunhos do acordo, mas ressaltou que esses documentos podem não refletir o andamento atual das negociações.
O Hezbollah, um grupo terrorista xiita, surgiu na década de 1980 durante a Guerra Civil Libanesa e se opôs à ocupação israelense no sul do Líbano, iniciada no final da década de 1970, mantendo o apoio do Irã.
Desde outubro de 2023, o Hezbollah intensificou os ataques ao norte de Israel em apoio ao Hamas e às vítimas da guerra na Faixa de Gaza. As tensões entre Israel e Hezbollah aumentaram desde junho deste ano, após a morte de um comandante do grupo em um ataque israelense no Líbano.
Em setembro, Israel alertou sobre um aumento nas operações contra o Hezbollah. A escalada do conflito foi marcada por uma série de eventos, incluindo explosões de equipamentos do Hezbollah e bombardeios israelenses que resultaram em centenas de mortes.
Desde outubro de 2023, os ataques israelenses no Líbano causaram a morte de 2.822 pessoas e deixaram quase 13 mil feridos, segundo o Ministério da Saúde libanês.
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