A 6ª Vara Federal Criminal concedeu, nesta quinta-feira (21), prisão domiciliar a Rodrigo dos Reis Teixeira, conhecido como o “coach dos bitcoins”. Ele deverá usar tornozeleira eletrônica e está proibido de deixar o país.
Rodrigo foi preso em 7 de novembro, durante uma operação da Polícia Federal em Cajamar, na Grande São Paulo. Ele é investigado por supostamente desviar cerca de R$ 260 milhões de aproximadamente 10 mil pessoas que investiam em criptomoedas.
O advogado de defesa de Rodrigo, Rafael Faria, afirmou ao g1 que seu cliente é primário, tem bons antecedentes e sempre colaborou com as investigações. Faria também declarou que Rodrigo permanece à disposição para esclarecimentos e confia na apuração dos fatos.
O empresário é suspeito de cometer crimes contra o Sistema Financeiro Nacional, como apropriação indevida de valores, negociação irregular de títulos, operação financeira sem autorização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), evasão de divisas, lavagem de dinheiro em transações com criptomoedas e organização criminosa.
Em 13 de novembro, a defesa de Rodrigo solicitou a substituição da prisão preventiva por prisão domiciliar, alegando que ele possui doença de Crohn, uma condição inflamatória crônica que exige tratamentos médicos específicos, incluindo dieta balanceada. O Ministério Público Federal não se opôs ao pedido, e a Justiça decidiu conceder a medida.
A empresa RR Consultoria, fundada por Rodrigo Teixeira, oferecia aos clientes planos de investimentos em criptomoedas, com promessas de retornos mensais entre 5% e 9%. Em 2022, alguns clientes começaram a relatar que não receberam os lucros prometidos. A Polícia Federal apura se a estrutura do negócio foi usada para captar recursos de investidores, enviar o dinheiro para o exterior por meio de exchanges (corretoras de criptomoedas) e ocultar o destino dos valores.
Rodrigo Teixeira iniciou sua trajetória profissional como vendedor e, posteriormente, fundou a RR Consultoria. No início, a empresa oferecia planos de investimento simples, que foram caracterizados por investigadores como um esquema de pirâmide. A empresa cresceu, atraindo investimentos de grupos como aposentados da Cedae, mas a situação mudou quando clientes denunciaram a falta de pagamento dos rendimentos.
Em 2022, Teixeira se mudou de Campo Grande, no Rio de Janeiro, para uma cobertura no Recreio dos Bandeirantes e, mais tarde, para São Paulo. Durante a operação da Polícia Federal, agentes apreenderam carros e uma moto encontrados na residência de Teixeira.
A operação, batizada de “Profeta”, investiga o uso de temas religiosos para atrair investidores. Segundo a Polícia Federal, os bens de Rodrigo Teixeira, que foram bloqueados durante a operação, permanecem indisponíveis enquanto as investigações continuam.
GAZETA BRASIL