As Forças Armadas da Ucrânia anunciaram, neste domingo (24), que destruíram uma estação de radar pertencente a um sistema de mísseis antiaéreos S-400, localizado na região russa de Kursk.
As Forças Armadas da Ucrânia anunciaram, neste domingo (24), que destruíram uma estação de radar pertencente a um sistema de mísseis antiaéreos S-400, localizado na região russa de Kursk. Esta área está parcialmente sob controle ucraniano desde agosto do ano passado, em meio a uma crescente escalada militar e tensões no conflito.
O ataque, executado durante a noite, foi realizado pelas unidades de mísseis ucranianos em coordenação com outros setores do exército. O alvo foi a divisão de mísseis antiaéreos 1490, do 6º Exército Russo. O Estado-Maior ucraniano confirmou que houve “um impacto bem-sucedido” na estação de radar do S-400, um dos sistemas de defesa aérea mais avançados da Rússia.
As autoridades militares ucranianas afirmaram que a unidade russa estava realizando operações de combate na modalidade “terra-terra”, atingindo alvos fixos em solo. Em nota, o Estado-Maior da Ucrânia afirmou que os bombardeios russos estão majoritariamente direcionados a objetivos civis, afetando a população das regiões ucranianas na linha de frente.
Aumento da presença de tropas norte-coreanas e movimentos russos no leste
Este ataque ocorre em um contexto de tensão crescente na região de Kursk, onde, segundo informações do Pentágono, a Rússia estaria deslocando cerca de 10 mil tropas norte-coreanas. O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, afirmou que esses efetivos poderiam entrar em combate “em breve”, aumentando as preocupações internacionais sobre a expansão do conflito. Kiev, por sua vez, alertou que a Rússia está concentrando uma força de 50 mil combatentes na região, incluindo as tropas da Coreia do Norte, com o objetivo de retomar os cerca de 800 quilômetros quadrados de território que a Ucrânia controla ali desde agosto.
Apesar da pressão crescente e da escassez de recursos e pessoal, as forças ucranianas reafirmaram sua intenção de manter sua presença na região de Kursk, considerando-a um novo ponto crítico do conflito.
Avanços russos e uso de novos armamentos
Enquanto isso, no front oriental, as forças russas continuam avançando, especialmente na região de Kurajove, onde as fontes militares ucranianas indicam progressos diários de 200 a 300 metros. No entanto, perto de Pokrovsk, um importante centro logístico ucraniano, a situação permanece relativamente estável.
O ataque ucraniano ocorre pouco depois que a Rússia usou pela primeira vez um míssil balístico hipersônico Oréshnik para atacar uma fábrica na região de Dnipró. O governo russo, por meio de seu porta-voz Dmitri Peskov, justificou o uso dessa nova arma como uma resposta necessária à postura do Ocidente, que, segundo Moscou, está disposto a fazer “qualquer coisa” para derrotar estrategicamente a Rússia.
Escalada militar e reações internacionais
A escalada no campo militar tem sido acompanhada por um aumento significativo no orçamento de defesa russo, que deve crescer quase 25% no próximo ano, superando 6% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Além disso, o presidente Vladimir Putin anunciou mudanças na doutrina nuclear russa, permitindo respostas nucleares a ataques convencionais, o que aumentou as tensões diplomáticas com os países ocidentais.
A comunidade internacional reagiu com preocupação ao lançamento do míssil hipersônico, chamando a ação de “escalada perigosa” e condenando a retórica russa sobre o uso de armas nucleares. A China, aliada da Rússia, pediu moderação nas ações de Moscou.
(Com informações da AFP, EFE e AP)