O dólar encerrou esta segunda-feira (16) com um novo recorde de fechamento, cotado a R$ 6,098, em alta de 0,99%.
O dólar encerrou esta segunda-feira (16) com um novo recorde de fechamento, cotado a R$ 6,098, em alta de 0,99%. A moeda americana oscilou entre R$ 6,025 na mínima e R$ 6,098 na máxima do dia, mesmo após duas intervenções do Banco Central (BC) para conter a valorização.
O BC realizou um leilão à vista de US$ 1,6 bilhão na abertura do mercado, com cotação a R$ 6,04, e posteriormente ofertou US$ 3 bilhões em um leilão de linha, com compromisso de recompra. Essa operação permite que o BC forneça liquidez ao mercado sem reduzir as reservas internacionais, funcionando como um empréstimo temporário de dólares. As medidas representaram a maior intervenção desde o início da pandemia de Covid-19, em 2020.
Apesar dos esforços, o mercado segue preocupado com o cenário fiscal do país, agravado pelas dúvidas em relação ao pacote de cortes de gastos anunciado pelo governo federal em novembro. Considerada tímida para equilibrar as contas públicas, a medida incluiu a ampliação da isenção do Imposto de Renda, mas não conseguiu dissipar a desconfiança dos investidores.
Segundo projeções divulgadas hoje pelo Ministério da Fazenda, o governo precisará de um incremento de R$ 17,9 bilhões na receita, o equivalente a 0,1% do PIB, para atingir o déficit zero em 2025. Enquanto isso, o dólar permanece próximo à marca de R$ 6, refletindo o nervosismo do mercado com a ausência de medidas robustas.
O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores, também sentiu o impacto da baixa liquidez e operou próximo à estabilidade. Às 17h15, registrava queda de 0,31%, aos 124.230,97 pontos.
Os investidores agora aguardam a última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de 2024, marcada para esta terça-feira (17). Há também grande expectativa em relação à reunião do Federal Reserve (Fed), que pode anunciar um corte de 0,25 ponto percentual na taxa de juros dos Estados Unidos.
Adicionalmente, o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, voltou a criticar as tarifas brasileiras sobre produtos americanos, mencionando pela primeira vez a possibilidade de retaliações explícitas contra o Brasil.