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Ucrânia Intercepta Conversas que Revelam Centenas de Baixas Norte-Coreanas em Kursk

O Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU) divulgou nesta quarta-feira várias conversas interceptadas que, segundo Kiev, mostram que a Coreia do Norte já conta com centenas de baixas – entre mortos e feridos – no contexto do seu desdobramento na região russa de Kursk.

Por Comando da Notícia

18/12/2024 às 13:55:10 - Atualizado há
Foto: Público

O Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU) divulgou nesta quarta-feira várias conversas interceptadas que, segundo Kiev, mostram que a Coreia do Norte já conta com centenas de baixas – entre mortos e feridos – no contexto do seu desdobramento na região russa de Kursk.

Uma das chamadas corresponde supostamente a uma conversa entre um militar russo e sua esposa, que é enfermeira em um hospital na região de Moscou. A esposa revela a chegada ao hospital de cerca de 120 soldados norte-coreanos que se juntariam a outro grupo de cem soldados do dia anterior: "Já temos mais de 200. E quantos mais haverá?", afirma.

Em outra chamada, a enfermeira afirma que os militares norte-coreanos estão recebendo um tratamento melhor do que os russos e se questiona se agora são a “elite” das Forças Armadas. Esses trechos foram divulgados pelo SBU, que tem uma causa aberta sobre a participação das forças norte-coreanas no conflito.

Até agora, as autoridades ucranianas haviam confirmado apenas algumas dezenas de baixas, presumindo que um número indeterminado de militares norte-coreanos havia morrido. O Departamento de Defesa dos Estados Unidos também confirmou mortes entre essas tropas, embora, assim como Kiev, não tenha dado detalhes exatos.

Um alto funcionário militar ucraniano confirmou nesta terça-feira que algumas centenas de oficiais norte-coreanos já resultaram feridos ou mortos nos combates contra a Ucrânia, na localidade fronteiriça de Kursk. Esta é a primeira estimativa em larga escala desde que Estados Unidos e aliados confirmaram, semanas atrás, que Kim Jong-un havia enviado um contingente de entre 10.000 e 12.000 soldados a Moscou para auxiliar as Forças Armadas no fronte.

O funcionário, de acordo com várias agências de notícias como AP e AFP, explicou que essas baixas evidenciam a falta de preparação e experiência desses soldados, que em poucas semanas sucumbiram à guerra.

No dia anterior, em linha com suas declarações, a agência de inteligência militar de Kiev informou que pelo menos 30 combatentes de Pyongyang foram feridos ou mortos durante o fim de semana.

"Nos dias 14 e 15 de dezembro, unidades do exército da República Popular Democrática da Coreia (RPDC) sofreram perdas significativas perto das aldeias de Plejovo, Vorozhba e Martinovka, na região russa de Kursk. Pelo menos 30 soldados foram mortos ou feridos", informou a GUR em seu canal do Telegram.

"Os mercenários norte-coreanos já sofreram grandes perdas. Os defensores ucranianos mantêm firmemente a defesa, destruindo o pessoal e equipamento do inimigo", celebrou o comandante-chefe do Exército ucraniano, Oleksander Sirski, enquanto o líder do órgão responsável pelos prisioneiros de guerra aproveitou para fazer uma oferta aos combatentes.

A Ucrânia convida os soldados norte-coreanos que lutam ao lado dos russos a se renderem às tropas de Kiev com panfletos de estética soviética e mensagens gravadas em coreano, transmitidas por alto-falantes montados em drones, explicou à EFE o porta-voz do órgão do Estado ucraniano que trata dos prisioneiros de guerra, Petro Yatsenko.

"O conteúdo é enviado para nossas unidades, que imprimem e entregam por trás das linhas inimigas da forma que consideram mais conveniente", disse Yatsenko, que apontou que os folhetos foram elaborados com ajuda de cidadãos sul-coreanos e de exilados norte-coreanos conhecedores da psicologia dessa sociedade. Eles são colocados enrolados dentro de cápsulas de munição de forma que se espalhem pelo campo de batalha quando os projéteis caem.

O idioma não é a única novidade dessa ferramenta para fomentar a deserção entre o inimigo. A inteligência militar ucraniana se dirige aos soldados russos e aos estrangeiros de outros países recrutados para lutar nas fileiras de Moscou por meio de mensagens de Telegram.

Mas é muito provável que os soldados norte-coreanos não tenham acesso a telefones celulares nem experiência no uso da internet, explicou Yatsenko, o que levou a Ucrânia a recorrer a métodos arcaicos, mais próprios da II Guerra Mundial, para tentar alcançá-los.

Instruções para rendição

Os folhetos estão impressos em ambos os lados. Em um deles, oferece-se aos norte-coreanos, em seu idioma, uma série de instruções sobre o que devem fazer para se render e salvar suas vidas.

O primeiro passo é soltar a arma, depois pegar um pedaço de pano ou material branco e levantá-lo com uma das mãos ao se aproximar das tropas ucranianas. O último passo para serem aceitos como prisioneiros e salvar suas vidas é deitar-se de bruços no chão.

Cada uma das instruções é acompanhada por um simples desenho que ajuda a explicação.

"Se conseguirmos salvar uma só vida, que um único soldado norte-coreano se entregue, estaremos satisfeitos", disse Yatsenko, destacando também o grande valor que seria obter informações sobre esses combatentes enviados para lutar na Rússia por um dos regimes mais fechados do mundo.

Uma foto de Kim Il-sung

O outro lado dos folhetos é encabeçado, como muitos espaços públicos no país de origem dos destinatários, por uma imagem do fundador da República Popular Democrática da Coreia e da dinastia familiar que a governa desde o primeiro dia, Kim Il-sung.

Uma mensagem escrita em coreano sob o retrato sorridente lembra aos soldados uma das máximas legadas pelo avô do atual líder, Kim Jong-un: que não devem morrer a serviço de um poder imperialista, como, aos olhos dos ucranianos, é a Rússia.

Uma apelação direta reforça este argumento na outra metade do folheto. "Camarada do Exército Popular da Coreia: você foi enviado a 7.000 quilômetros de casa pelos interesses imperialistas da Rússia. Mas sua verdadeira obrigação é seguir vivo e cuidar da sua família. Salve sua vida!"

Por fim, abaixo deste texto, informa-se aos militares norte-coreanos sobre o tratamento que receberão como prisioneiros de guerra: "Três refeições por dia. Assistência médica. Um ambiente de vida confortável" e, o que pode ser ainda mais importante, a possibilidade de escolher entre "voltar para casa ou ficar e pedir asilo político".

(Com informações de Europa Press e EFE)

Fonte: GAZETA BRASIL
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