O mercado financeiro brasileiro enfrentou uma queda abrupta nesta quarta-feira (18), refletindo o pessimismo generalizado com o cenário fiscal do país.
O mercado financeiro brasileiro enfrentou uma queda abrupta nesta quarta-feira (18), refletindo o pessimismo generalizado com o cenário fiscal do país. O Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa/B3) recuou 3,15%, fechando aos 120.771 pontos, o menor patamar desde 20 de junho. A queda de 3.926,16 pontos marcou a maior perda diária desde 10 de novembro de 2022.
A pressão sobre o mercado vem de diversos fatores, sendo o principal deles a incerteza em torno das reformas fiscais e a atual situação econômica. O Ibovespa foi impactado tanto pelo cenário interno quanto pelas condições externas, com a instabilidade no mercado financeiro global agravada pelo sinal do Federal Reserve dos Estados Unidos de que diminuirá o ritmo de corte na taxa de juros. Essa expectativa afetou negativamente os mercados, incluindo a Bolsa brasileira.
Além disso, o Congresso Nacional avançou com a aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2025, que trouxe mais incertezas para o cenário fiscal do Brasil. O pacote de cortes de gastos do governo foi rejeitado em vários pontos, com destaque para o aumento de gastos com emendas parlamentares, a autorização de novos gastos para estatais fora do arcabouço fiscal e o afrouxamento das metas fiscais para o ano seguinte. A resistência política em aprovar medidas mais rigorosas alimentou o pessimismo dos investidores.
O impacto desse cenário também foi sentido no mercado de câmbio. O dólar comercial disparou 2,82%, fechando a R$ 6,267, alcançando o maior valor nominal da história. A alta do dólar vem em meio à volatilidade no mercado de juros, com os DIs (juros futuros) se aproximando dos 16%, pressionando ainda mais o ambiente econômico.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou que o governo está “fazendo sua parte” para controlar a alta do dólar, mas suas palavras parecem não ter surtido efeito diante da realidade do mercado. Além disso, Haddad mencionou que a parte do corte que envolve os militares não será votada nesta semana, o que contribui para a sensação de impasse e incerteza.
Essa junção de fatores adversos levou os investidores a reagirem de maneira negativa, com o Ibovespa sentindo um golpe difícil de ser revertido no curto prazo. O cenário fiscal ainda continua sendo o principal desafio para o governo e para os mercados financeiros, o que deixa os agentes econômicos cautelosos quanto ao futuro próximo da economia brasileira.