"Inquérito do golpe": Irmã de "kid preto" levou panetone com fone e cartão de memória escondidos à prisão; Moraes suspende visitas

A irmã do tenente-coronel Rodrigo Bezerra Azevedo, preso por suspeita de envolvimento em uma tentativa de golpe, tentou visitar o militar no último sábado (28), levando uma caixa de panetone que continha um fone de ouvido, um cabo USB e um cartão de memória escondidos na embalagem.

Os itens foram apreendidos por militares do Batalhão de Polícia do Exército, em Brasília, onde o oficial está detido preventivamente.

O incidente foi comunicado ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), responsável pela relatoria da investigação sobre a tentativa de golpe. Nesta segunda-feira (30), Moraes decidiu suspender o direito de visitas de Bezerra.

Segundo um ofício do Comando Militar do Planalto, Dhebora Bezerra de Azevedo portava uma caixa de panetone lacrada, que acionou o detector de metais durante a inspeção. Questionada, a mulher afirmou que o pacote continha um fone de ouvido. Ao abrir a embalagem, foram encontrados também o cabo USB e o cartão de memória, de acordo com o documento assinado pelo general Ricardo Carmona, comandante militar do Planalto.

Dhebora foi impedida de realizar a visita e assinou um termo de apreensão dos materiais. O Comando Militar do Planalto informou a suspensão de seu direito de visitas, mas não esclareceu se outras medidas foram adotadas contra ela.

Rodrigo Bezerra e outros dois oficiais presos na investigação têm recebido visitas de familiares e advogados desde que foram transferidos para Brasília. A Polícia Federal indiciou 40 pessoas no inquérito que apura o caso, sob acusações de tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa. Entre os indiciados estão o ex-presidente Jair Bolsonaro e o ex-ministro Braga Netto.