R$ 6,18: Dólar fecha a semana em leve alta, enquanto investidores ponderam pacotes fiscais e dados dos EUA

O dólar fechou em leve alta nesta sexta-feira, 3 de janeiro, com os investidores digerindo poucos dados econômicos divulgados durante o pregão e operando em um mercado com baixa liquidez, o que contribui para uma maior volatilidade nos preços. A moeda norte-americana subiu 0,29%, sendo negociada a R$ 6,183 na venda, mas também teve momentos de oscilação, com uma alta de 0,59% logo pela manhã, atingindo R$ 6,188 às 9h31.

Apesar do pequeno avanço do dólar nesta sexta-feira, a divisa acumulou uma perda de quase 0,2% na semana, refletindo o impacto de fatores internos e externos que continuam a influenciar o mercado cambial. O mercado se manteve mais atento a aspectos fiscais e às primeiras notícias de 2025, com pouca movimentação econômica no Brasil e no exterior.

Em termos internos, os investidores seguem avaliando o cenário fiscal brasileiro, especialmente após a aprovação do pacote de cortes de gastos do Governo Federal no final de 2024. O pacote visava economizar R$ 71,9 bilhões nos anos de 2025 e 2026, com uma previsão total de R$ 375 bilhões até 2030. No entanto, as mudanças no texto aprovado pelo Congresso devem gerar um impacto de R$ 2,1 bilhões a menos, reduzindo a economia para R$ 69,8 bilhões, de acordo com estimativas do Ministério da Fazenda. Esse cenário gerou desconfiança no mercado sobre a eficácia das medidas para equilibrar as contas públicas.

Por outro lado, o mercado também reagiu a dados econômicos dos Estados Unidos divulgados na quinta-feira, 2 de janeiro. O número de pedidos iniciais por seguro-desemprego ficou abaixo das expectativas, o que sugere que a economia norte-americana segue aquecida. Além disso, os dados do setor industrial também indicaram um crescimento positivo, com o índice de gerentes de compras (PMI) da manufatura subindo para 49,3 em dezembro, o maior nível registrado nos últimos nove meses, embora ainda se espere uma desaceleração no setor.

Essa combinação de fatores domésticos e internacionais mantém os investidores cautelosos, à medida que o Brasil continua a enfrentar desafios fiscais enquanto o cenário econômico global, especialmente nos EUA, apresenta sinais mistos. A expectativa para os próximos dias é de mais volatilidade no mercado cambial, enquanto os investidores aguardam novos dados econômicos e o desenrolar das políticas fiscais do governo brasileiro.