Política china

DeepSeek transfere dados de usuários dos EUA para servidores na China, revelam pesquisadores

A plataforma chinesa de inteligência artificial generativa DeepSeek, que ganhou enorme popularidade nas últimas semanas, está sob crescente escrutínio devido a falhas de segurança e preocupações com o tratamento de dados dos usuários.

Por Comando da Notícia

03/02/2025 às 19:44:28 - Atualizado há
Foto: Gazeta Brasil

A plataforma chinesa de inteligência artificial generativa DeepSeek, que ganhou enorme popularidade nas últimas semanas, está sob crescente escrutínio devido a falhas de segurança e preocupações com o tratamento de dados dos usuários. Segundo uma investigação publicada pela WIRED, pesquisadores da empresa de cibersegurança Wiz descobriram um banco de dados exposto na internet contendo mais de um milhão de registros, incluindo dados de usuários e chaves de autenticação de API.

“O nível de acesso que tivemos foi extremamente alto para um erro tão básico”, afirmou Ami Luttwak, diretor de tecnologia da Wiz, destacando que a exposição de informações tão sensíveis demonstra a falta de maturidade da DeepSeek no gerenciamento de dados confidenciais. Os pesquisadores identificaram que o banco de dados utilizava a tecnologia ClickHouse, comum para análise de servidores, e armazenava desde interações de usuários até caminhos internos do sistema. Embora o problema tenha sido corrigido menos de 30 minutos após a Wiz entrar em contato com a empresa, não há confirmação se agentes mal-intencionados tiveram acesso às informações antes da correção.

Preocupações globais com segurança e privacidade

A DeepSeek tem sido comparada a modelos como o ChatGPT, da OpenAI, o que pode facilitar a adaptação de novos usuários à sua interface. No entanto, especialistas apontam que sua vulnerabilidade foi “particularmente fácil de detectar”, conforme relatou Nir Ohfeld, chefe de pesquisa de vulnerabilidades na Wiz.

O crescimento acelerado da DeepSeek também tem impactado o mercado global de inteligência artificial. Segundo o Financial Times, a OpenAI estaria investigando se a plataforma chinesa utilizou respostas do ChatGPT para treinar seus modelos. Além disso, a Marinha dos Estados Unidos emitiu um alerta ao seu pessoal, proibindo o uso da DeepSeek devido a “riscos potenciais de segurança e ética”, de acordo com a CNBC.

Na Europa, o regulador de proteção de dados da Itália questionou a DeepSeek sobre a origem de seus dados de treinamento e possíveis violações legais no uso de informações pessoais. Pouco depois, a aplicação foi removida do país, segundo a WIRED Itália.

Além disso, Sean O'Brien, fundador do Laboratório de Privacidade da Faculdade de Direito de Yale, revelou outra preocupação: “DeepSeek está enviando dados básicos de rede e perfis de dispositivos para a ByteDance, dona do TikTok, e seus intermediários”. Isso reforça temores sobre o compartilhamento massivo de dados de usuários internacionais com a China, o que pode levar a novas restrições regulatórias.

Falta de transparência no tratamento de dados

A WIRED destacou que a DeepSeek coleta informações como conversas, histórico de navegação, e-mails, números de telefone, endereços IP e dados de cookies. A política de privacidade da plataforma afirma que os dados são armazenados em servidores na China, podendo ser acessados pelo governo conforme exigido por leis locais.

O analista de privacidade Bart Willemsen comentou que muitos usuários não têm total compreensão sobre como essas plataformas operam e quais dados utilizam para treinamento. Além disso, há receios sobre possíveis influências ideológicas nos conteúdos gerados, especialmente porque a IA interage diretamente com os usuários.

Outro ponto controverso é a censura. Relatos indicam que a DeepSeek não responde perguntas sobre temas sensíveis, como o massacre da Praça da Paz Celestial, em 1989, alinhando suas respostas às narrativas do governo chinês. Esse aspecto reaquece o debate sobre o uso ético dos dados por empresas chinesas de tecnologia.

Regulamentação e desafios futuros

O caso da DeepSeek levanta um alerta maior sobre vulnerabilidades em tecnologias emergentes e suas implicações geopolíticas. O pesquisador Lukasz Olejnik, do King's College London, afirmou à WIRED que é possível que governos adotem restrições semelhantes às impostas ao TikTok, prevendo que “ações diretas contra empresas de IA não podem ser descartadas nos próximos anos”.

Apesar das polêmicas, a DeepSeek continua a crescer rapidamente, liderando os rankings de downloads na App Store e na Google Play, segundo a WIRED. No entanto, especialistas como John Scott-Railton, do Citizen Lab da Universidade de Toronto, alertam: “Os usuários precisam lembrar que, ao interagir com essas plataformas, estão trabalhando para as empresas – e não o contrário”.

Enquanto a DeepSeek segue conquistando milhões de usuários ao redor do mundo, seu futuro permanece incerto, marcado por desafios regulatórios e riscos tecnológicos. Como destacou Nir Ohfeld, “a inteligência artificial é a nova fronteira da tecnologia e da cibersegurança, mas ainda estamos vendo as mesmas falhas antigas, como bancos de dados expostos ao público”.

Fonte: GAZETA BRASIL
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