O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, mencionou em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, nesta segunda-feira (10), as grandes dificuldades que sua pasta enfrenta devido à “falta de recurso”.
O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, mencionou em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, nesta segunda-feira (10), as grandes dificuldades que sua pasta enfrenta devido à “falta de recurso”. Segundo Múcio, a escassez de recursos tem sido um desafio constante para o Ministério da Defesa, que precisa lidar com um orçamento insuficiente para financiar projetos essenciais.
O ministro abordou ainda a possibilidade de uma reforma ministerial, afirmando que qualquer mudança seria uma decisão exclusiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “A reforma ministerial, o presidente tem falado, são algumas acomodações políticas. Queira ou não, 2026 se avizinha, e o presidente, o seu entorno político, tem cuidado já de fazer a construção dessas pontes com os partidos”, afirmou Múcio.
Múcio fez uma comparação entre os investimentos militares do Brasil e de países da OTAN, ressaltando que o Brasil gasta apenas 1,1% do PIB em defesa, enquanto países como os membros da OTAN recomendam investimentos de 2%. “Nós não temos dinheiro para absolutamente nada”, declarou o ministro, que também apontou o impacto da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do senador Carlos Portinho (PL-RJ), que visa garantir um orçamento mínimo de 2% do PIB anual para o Ministério da Defesa.
O ministro também mencionou a dificuldade de financiar projetos iniciados em gestões anteriores, como o programa de submarinos e a aquisição de caças Gripen. “O dinheiro acabou e ficamos sem recursos para absolutamente tudo”, disse ele, destacando que, apesar das limitações, as Forças Armadas continuam realizando operações de emergência, como o envio de 20.000 soldados para o Rio Grande do Sul e 3.000 para o Pantanal em resposta a desastres naturais.
Além disso, Múcio criticou um vídeo divulgado pela Marinha do Brasil, no qual se destacava os “privilégios” da categoria, comparando as dificuldades da carreira militar com a vida civil. “Aquele vídeo foi uma imprudência, foi inoportuno. Foi num momento péssimo”, afirmou. O vídeo, que gerou polêmica, mesclava imagens de marinheiros e fuzileiros trabalhando em situações extremas com cenas de civis em momentos de lazer e reunião familiar, com o objetivo de evidenciar as privações enfrentadas pelos militares.