O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, atacou duramente o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmando que o líder ucraniano não está interessado em buscar a paz. A crítica de Trump aconteceu após Zelensky declarar que a paz com a Rússia “ainda está muito, muito distante”. Trump considerou a declaração “a pior que poderia ter sido feita por Zelensky” e insinuou que os Estados Unidos não tolerariam por muito mais tempo essa postura. Ele também acusou Zelensky de não querer a paz enquanto recebe apoio de Washington.
Trump, que tem pressionado Kiev para encerrar o conflito com a Rússia, postou em sua rede social Truth Social, destacando que “a América não vai tolerar isso por muito mais tempo”. A declaração do presidente ucraniano foi feita durante sua visita à Casa Branca, que acabou sendo interrompida após um confronto entre ele e o presidente dos EUA sobre a confiança em Vladimir Putin.
Zelensky, que havia viajado anteriormente ao Reino Unido para um encontro de emergência com líderes europeus, reforçou a necessidade de apoio contínuo ao seu país enquanto enfrenta a invasão russa. Durante essa viagem, líderes da França, Alemanha, Reino Unido e Canadá reafirmaram seu compromisso com a Ucrânia e discutiram uma posição conjunta sobre o apoio à guerra.
Trump, no entanto, criticou o papel da Europa, afirmando que os países europeus não conseguem lidar com o problema da Rússia sem o apoio dos EUA. Ele questionou a declaração de alguns líderes europeus, como o presidente francês Emmanuel Macron, que sugeriu aumentar os gastos com defesa para até 3,5% do PIB, como uma resposta à mudança de prioridades dos Estados Unidos e à militarização da Rússia.
Apesar da pressão de Trump e da sua crítica a Zelensky, os Estados Unidos permanecem como o maior doador de ajuda à Ucrânia. No entanto, a diferença entre a assistência dos EUA e a da Europa é notável, com os EUA contribuindo com 114,2 bilhões de dólares, enquanto a Europa já alocou 132,3 bilhões de euros para o país devastado pela guerra.
Enquanto isso, os líderes europeus estão se preparando para aumentar seus gastos com defesa, com o Reino Unido já anunciando um aumento significativo. Essa movimentação é vista como uma tentativa de resposta à crescente ameaça russa e ao possível reposicionamento dos Estados Unidos, que podem priorizar a contenção da China em vez de continuar seu apoio militar e financeiro a Kiev.
O futuro do apoio dos EUA à Ucrânia continua incerto, e figuras chave de segurança nacional, incluindo o conselheiro de segurança Mike Waltz, têm alertado Zelensky de que o tempo para agir está se esgotando, e a paciência da população americana com a guerra na Ucrânia está diminuindo.
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