Médico explica que doença é silenciosa e maioria tem sem diagnosticar. Ainda alerta que medicamentos comuns do dia a dia podem aumentar a pressão arterial sem que você saiba.
Silenciosa e perigosa, a hipertensão arterial, popularmente conhecida como pressão alta, está por trás das maiores causas de morte no país. Segundo os médicos, a doença é um desafio para o diagnóstico porque na maioria dos casos não manifesta sintomas. Com isso, os médicos alertam para medicamentos comuns no dia a dia, mas que podem colocar a saúde do coração em risco.
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A doença é caracterizada pelos níveis elevados da pressão sanguínea nas artérias. É considerada hipertensão se, de forma persistente, a pressão sistólica for maior ou igual a 140 mHg e/ou a pressão diastólica maior ou igual a 90 mmHg, o famoso 14 por 9.
O único jeito de diagnosticar é acompanhando a pressão arterial, o que não é um hábito tão comum. Por isso, a doença passa despercebida em muitos pacientes, o que é extremamente perigoso, já que a hipertensão está presente em até 60% dos casos de infarto e 80% dos casos de AVC.
Com isso, médicos alertam para medicamentos que fazem parte do dia a dia do brasileiro, mas que podem ser um risco para quem tem a doença e não sabe.
São eles:
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Um grupo de medicamentos bastante usado pela população para aliviar dores comuns, como dor de cabeça e dor na coluna, são os anti-inflamatórios.
Entre os mais conhecidos estão: nimesulida – que é um dos medicamentos mais vendidos do país – e o ibuprofeno, que está em remédios populares para dor e medicamentos contra cólica menstrual.
O problema é que esses medicamentos agem bloqueando uma enzima do corpo chamada COX, responsável pela produção de outra substância: as prostaglandinas. Em condições normais, as prostaglandinas ajudam a dilatar as artérias e regulam o fluxo sanguíneo, mantendo a pressão arterial sob controle.
Ao inibir a enzima COX, o anti-inflamatório impede que as prostaglandinas sejam produzidas adequadamente. Sem essa substância, as artérias acabam contraídas, dificultando a passagem do sangue e aumentando a pressão arterial.
Além disso, o risco dos anti-inflamatórios é ainda mais preocupante porque eles atuam diretamente no rim, órgão responsável por controlar a regulação hormonal que afeta diretamente a pressão sanguínea.
Os médicos alertam que para quem tem hipertensão e não sabe, eles são considerados de alto risco, mas não só isso. Quem acompanha os níveis de pressão e não tem índices altos, também precisa acompanhar.
Outro grupo muito comum, especialmente nas épocas mais frias, são os descongestionantes nasais. Muitos desses medicamentos têm como princípio ativo o corticoide, uma substância com efeito vasoconstritor— ou seja, ela atua contraindo os vasos sanguíneos no nariz, que é o causa o efeito de alívio rápido da congestão nasal.
O problema ocorre quando esses medicamentos são usados em excesso ou fora das recomendações descritas na bula. De forma geral, a recomendação é de uso três vezes ao dia.
Quando passa esse limite, o corticoide pode acabar sendo absorvido pela corrente sanguínea, causando a vasoconstrição não só no nariz, mas em todo o corpo. Como consequência, há aumento da frequência cardíaca e elevação da pressão arterial.
Outro medicamento que merece atenção são os anticoncepcionais hormonais, especialmente aqueles que contêm estrogênio.
Nesse caso, o risco de aumentar a pressão arterial acontece por dois mecanismos principais:
Isso não significa que todas as mulheres que usam anticoncepcionais terão aumento da pressão arterial. Isso vai acontecer com aquelas que já têm a doença diagnosticadas ou que não sabem ainda que tem.
Não necessariamente. O diagnóstico de hipertensão arterial só é validado após outras medições, em duas ou mais visitas médicas. Se o número se repetir, isso é um diagnóstico positivo para a doença.
O que o cardiologista recomenda é que as pessoas façam visitas periódicas ao médico e mantenham o relacionamento com o especialista para que ele possa acompanhar os níveis. E que seja feita também a medição em casa, com o uso de equipamento, principalmente a partir dos 40 anos.
Mas, atenção: para medir a pressão você não pode estar com a bexiga cheia, ter praticado exercícios físicos recentemente, ingerido bebidas alcoólicas e café ou ter fumado antes de medir a pressão.
A doença tem como principal fator a genética, mas há outros fatores de risco como: fumo; consumo de bebidas alcoólicas; obesidade; consumo elevado de sal; níveis altos de colesterol e sedentarismo.
Segundo os especialistas, a pressão alta pode causar uma série de risco à saúde, incluindo: