O presidente russo, Vladimir Putin, assinou nesta sexta-feira, 30, a anexação ilegal de quatro territórios ucranianos: Kherson, Donetsk, Luhansk, Zaporizhia – onde fica a maior usina nuclear da Europa – junto com os líderes das regiões diante de um público composto por membros do governo, deputados, senadores e outros membros da elite política, antes de se darem as mãos e gritarem “Rússia!”, junto com os demais presentes. Juntas elas representam cerca de 15% do território da Ucrânia. Em uma cerimônia realizada no Krenlim, ele disse que os moradores dessas regiões fizeram suas escolhas. De sexta-feira, 23, até terça-feira, 27, as pessoas foram submetidas a referendos para dizer se queriam ou não que a região passasse a fazer parte da Rússia. Durante sua fala, o líder falou que “os moradores dessa região vão se tornar russos para sempre”. Essa é a maior anexação desde a Segunda Guerra Mundial. “As pessoas foram retiradas da sua pátria natal quando a União Soviética acabou”, disse Putin retomando a referência ao bloco comunista. Diante de sua nova jogada na guerra que já está em seu sétimo mês, o russo disse estar pronto para conversar com a Ucrânia e pediu que o país respeite a decisão do povo.
Kiev e o Ocidente já haviam informado que não concordariam com o resultado de anexação que desrespeita a carta da Organização das Nações Unidas (ONU). “O Ocidente não consegue sair da mentalidade colonial. Eles querem manter a hegemonia e continuam buscando meios de enfraquecer a Rússia”, disse Putin acusando-os de travar uma guerra híbrida contra seu país. Com o resultado, o líder russo, que já tinha ameaçado utilizar armas nucleares para defender seu território, fica livre para usar esses recursos caso a Ucrânia tente recuperar as regiões. Durante a sexta, Putin ainda vai discursar para o povo, e suas falas vão ser transmitidas em telões que começaram a ser preparados na quinta-feira. Essas anexações, similares a que aconteceu com a Crimeia em 2014, aumenta a tensão no conflito. O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, afirmou que essa ação ilegal e sem aval da comunidade internacional, é uma forte escalada das tensões.
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