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Educação

Eloísa Bonfá é a primeira mulher a assumir a diretora da Faculdade de Medicina da USP


Eloísa Silva Dutra de Oliveira Bonfá foi a primeira mulher titular da disciplina de reumatologia do departamento de clinica médica da Universidade de São Paulo (USP). Foi também a primeira a assumir a diretoria do Hospital das Clínicas. E, agora, é a primeira, em 110 anos de história, a tomar posse como diretora da Faculdade de Medicina da USP. Em uma instituição em que um dos sinônimos mais fortes é tradição, ela está de olho no futuro e quer agregar uma nova referência: inovação. “Nós temos que nos adaptar. Por que, por exemplo, a cirurgia nos próximos anos vai ser mais robótica do que cirurgia aberta. E, para isso, é preciso robô, material, equipamentos que são caros. Se nós não tivermos verba para investir, nossos alunos ficarão para trás nesse processo. Então, isso é verdade para várias áreas. Então, o curso vai precisar de um investimento. Nós tivemos do reitor o compromisso, já foi dada a verba. Nós fazemos o prédio do ensino do futuro. Neste prédio, ele vai complementar o ensino com simulação, e a gente brinca, até com meta verso, se for possível”, diz ela.

Um dos desafios como diretora do curso será a retenção de talentos do corpo clínico. Heloísa diz que viu uma inversão de lógica. Com a abertura de novas faculdades privadas também de excelência, os professores da USP estão sendo disputados com propostas financeiras diferenciadas. A médica propõe formas de angariar recursos e valorizar esses profissionais. “Nós temos também uma escola de educação permanente, que é registrada no MEC, e que presta serviços à comunidade, capacitação, ensino. Na pandemia ,nós fizemos de graça inúmeros cursos para treinamento de hospitais. Mas ela serve também para que você possa fazer cursos que são pagos. Então, os profissionais do HC receberiam, em outro horário que não estariam trabalhando, e ficariam mais presentes na instituição”, comenta.

Durante os tempos mais duros da pandemia da Covid-19, Heloísa esteve à frente do Hospital das Clínicas, experiência que trouxe muito crescimento. Entre as lições que ficaram, ela relata especialmente o maior entrosamento do mundo acadêmico com a sociedade. “Muitas vezes, as universidades ficam dentro dos muros. Elas estão fazendo, estão trabalhando, muita coisa que beneficia a comunidade, e a gente fala pouco, a gente não consegue transmitir tudo o que nós estamos fazendo para que a sociedade fale ‘nossa, que legal, queria investir mais’. Foi isso que nós sentimos na Covid-19. Esse aprendizado de prestação de contas e esse aprendizado de que a sociedade participe e entenda que ela, de forma ativa, pode cobrar, que ela pode ver o que nós estamos fazendo, isso será muito benéfico para sociedade”. Ainda falando em Covid-19, Heloísa alerta que, no HC, em um mês, o número de funcionários que positivaram cresceu dez vezes. A USP já determinou o retorno do uso de máscara em locais fechados. A médica lembra que precaução é o ideal para momentos de pico da doença.

*Com informações da repórter Carolina Abelin

Jovem pan

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