Em uma disputa com a Suprema Corte da Argentina, o presidente do país, Alberto Fernández, pediu que o governo ignore uma decisão do judiciário que pode mudar a distribuição de dinheiro público no país e destinar ainda mais recursos para a capital, Buenos Aires. Mais populosa e rica do país, a cidade autônoma comandada pelo conservador Horacio Rodríguez Larreta recebe 1,4% do total do chamado fundo de coparticipação do governo federal, uma quantia que também é distribuída entre as outras 23 províncias argentinas. Com a mudança, a taxa deve passar para 2,9%, mais que dobrando a quantidade de dinheiro a ser recebida. Segundo a expectativa da Casa Rosada, cerca de R$ 550 milhões adicionais seriam destinados à capital. Alberto Fernánzez não perdeu tempo e disse que o veredito teve caráter político a menos de um ano das eleições regionais. O presidente afirmou que irá recorrer da medida e que orientou as instituições de Estado a ignorarem a decisão. Temendo que suas regiões possam ser desabastecidas, governadores de 14 províncias anunciaram apoio a Fernández e seguiram a recomendação dele. Por outro lado, Larreta pede o cumprimento da lei e diz que a constituição não pode ser atropelada. A entrega de mais dinheiro para Buenos Aires pode representar um risco político para Fernández e os kirchneristas. Buenos Aires já alçou Mauricio Macri à Presidência em 2015 e pode ter no atual prefeito um forte candidato à Casa Rosada. E, com a popularidade baixa, resta saber por quanto tempo o governo de Fernández pode sustentar a quebra de braço com a suprema corte.
*Com informações do repórter Fabrizio Neitzke
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