Indicada para pessoas com obesidade crônica, a cirurgia bariátrica é apontada como última saída no tratamento da doença. Contudo, a espera pelo procedimento no Sistema Único de Saúde (SUS) pode demorar anos e impactar na saúde do paciente. Atualmente, 340 pessoas aguardam na chamada "fila da bariátrica" a realização da cirurgia, segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES). No ano passado, 384 cirurgias bariátricas foram feitas no Hospital Metropolitano, unidade que fica em Várzea Grande, única unidade do estado a fazer o procedimento.
Para ter direito ao procedimento, o paciente precisa estar em acompanhamento por uma Unidade Básica de Saúde e ser encaminhado via Sistema de Regulação para a especialidade. É o caso da jovem Andrianiele Malta de Oliveira, 25, moradora de Cuiabá, que iniciou o processo em 2015, quando tinha 18 anos. À época, Drika - como se apresenta - procurou o SUS por questões de saúde.
"Desde criança sempre fui uma pessoa gorda. Passei por vários nutricionistas, fiz vários tratamentos e ficava naquele engorda e emagrece", conta. Em 2013, após o falecimento do pai e uma depressão profunda, a jovem não conseguiu mais emagrecer e começou a acumular peso gradualmente até, segundo ela, chegar nos três dígitos. "Tive um ganho de peso muito grande e já não consegui mais emagrecer com dieta, reeducação alimentar", completa.
Há 8 anos na fila, a jovem relata ter passado por diversas situações, entre greves de profissionais e a pandemia de covid-19, que suspendeu a realização de bariátricas por cerca de 2 anos. "Só fui engordando mais ainda. Quando comecei o processo não tinha diabetes, nem pressão alta", relata a jovem que descobriu as doenças em dezembro de 2022 ao recomeçar o tratamento na espera pela cirurgia.
Em Mato Grosso, segundo Marcelo Maia, médico endocrinologista, a procura é alta tendo em vista o alto índice de obesidade na população. Em 2021, Cuiabá foi a 6ª capital com o maior número de moradores obesos. "Cuiabá está sempre com números altos, nas primeiras colocações em se falando de obesidade", cita Maia.
Ao todo, 23,83% da população com mais de 18 anos estava com o Índice de Massa Corpóreo (IMC) superior a 30 kg. No período analisado, Cuiabá só ficou atrás de Belém, Rio Branco, Maceió, Aracaju, Manaus e Porto Velho.
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