AL retoma discussão sobre uso de câmeras nas fardas

O deputado estadual Wilson Santos (PSD) voltou a defender o uso câmeras nos uniformes de policiais militares e acredita que tragédias como a morte de um jovem no município de Vera poderiam ser evitados. Diego Kaliniski, de 25 anos, acabou sendo morto a tiros por um policial militar após se negar a desligar som automotivo e resistir à prisão. O parlamentar disse que voltará a apresentar o projeto nessa quarta-feira (8) para análise da Assembleia Legislativa. O objetivo, segundo Wilson Santos, é garantir que os policiais tenham provas de que atuaram da forma correta.

"O policial que utilizar essas câmeras, com certeza, servirá como provas comprobatórias daquela ação, se houve respeito ao protocolo, se o procedimento de ação do policial foi correto, se a abordagem foi necessária, até parar facilitar a apuração e servir, inclusive, de prova a favor do próprio policial", afirmou.A proposta do projeto de lei é que seja obrigatória a instalação de câmeras de vigilância no interior dos veículos, aeronaves, da Polícia Civil, Polícia Militar, Penal e Bombeiros, além de coletes e capacetes. "Só tem medo de ser monitorado o policial truculento, que não respeita os protocolos e que age no instinto. Quem cumpre a lei não tem o que temer", emendou.

O deputado comentou sobre o caso de Diego e disse que vídeos poderiam servir de base para a corregedoria da PM e para a transparência da instituição. O caso aconteceu na madrugada de domingo (5) e vídeos mostram que a vítima baleada e morta chegou a roubar o cassetete do militar.

O uso de câmeras em uniformes divide opiniões na Assembleia Legislativa de Mato Grosso. O deputado estadual Elizeu Nascimento (PL), que é policial militar, disse, ao se posicionar contrário à proposta de Wilson, que a medida apenas favorece o crime organizado.

Ao tomar posse em janeiro, o secretário de Estado de Segurança Pública, o coronel César Augusto de Camargo Roveri, comentou que irá avaliar o uso de câmeras nas fardas de policiais militares em Mato Grosso. O projeto de Wilson foi apresentado em 2021 e se arrastou até o fim da legislatura passada. Agora, novamente será apresentado, conforme o parlamentar.