O ex-vereador de Cuiabá, Ralf Leite, recuperou seus direitos políticos após cumprir parte de uma pena imposta pela prática de nepotismo na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT). Ele também foi cassado no ano de 2009 pela Câmara da Capital após ser flagrado com uma travesti menor de idade no "Zero", em Várzea Grande, na região metropolitana.
Ralf Leite ingressou com uma petição no Poder Judiciário Estadual solicitando a baixa de sua condenação pela suspensão dos direitos políticos no período de 3 anos, uma das penalidades impostas no processo em que foi condenado por nepotismo.
O pedido estava sob análise do juiz da Vara Especializada em Ações Coletivas do Tribunal de Justiça (TJMT), Bruno D"Oliveira Marques. Em decisão do último dia 9 de fevereiro, ele reconheceu que já ocorreu o trânsito em julgado – quando as possibilidade de recurso num processo ficam ainda mais restritas -, da parte de condenação que impôs a suspensão de seus direitos políticos.
"Entendo que o pedido do executado comporta parcial deferimento, para o fim de determinar a baixa diretamente à Justiça Eleitoral, e a comunicação a todos os órgãos e autoridades anteriormente informados", determinou o magistrado.
O ex-vereador também pediu nos autos que seu nome fosse retirado do "Cadastro Nacional de Condenações do Conselho Nacional de Justiça", do CNJ, sanção prevista àqueles que são condenados por improbidade administrativa. O magistrado Bruno D"Oliveira Marques, entretanto, negou a solicitação, revelando que Ralf Leite ainda não pagou a multa de R$ 201,5 mil, imposta nos autos.
POLÊMICAS
Ralf Leite ficou conhecido em Mato Grosso após ser flagrado com um travesti menor de idade, no ano de 2009. Na ocasião, ele também acusou um policial militar de extorsão. De acordo com informações de um pedido de indenização por danos morais, interposto pelo policial militar, Ralf Leite foi flagrado com um travesti menor de idade durante rondas na região do Zero – conhecida área em Várzea Grande, famosa pela prática de prostituição.
Em sua defesa, porém, Ralf Leite afirmou que sofreu uma tentativa de extorsão do PM, que teria exigido R$ 600,00 para "liberá-lo", e que ainda foi chamado de "Playboy". Em razão da falsa acusação, o PM ingressou uma ação de indenização por danos morais. Ralf Leite saiu derrotado no processo e foi condenado a pagar R$ 30 mil ao PM.
Ralf Leite foi cassado em agosto de 2009, poucos meses após tomar posse, em razão do escândalo. Em 2016 ele tentou novamente se eleger vereador mas saiu derrotado das eleições.
Já em relação a condenação por nepotismo, Ralf Leite foi condenado após ocultar o parentesco com o coronel PM Edson Leite da Silva, seu próprio pai, então chefe de gabinete do ex-deputado estadual Pery Taborelli, no ano de 2015. Ambos eram servidores comissionados da ALMT.