A Justiça determinou o afastamento dos cinco instrutores do Grupo de Intervenção Rápida (GIR) acusados de torturar uma policial penal durante um curso que era oferecido para agentes da Penitenciária Central do Estado (PCE). A decisão é desta quinta-feira (09).
Segundo a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), eles já haviam sido afastados no último sábado (04), data em que foi feita a denúncia, atendendo a um pedido do secretário de Segurança, coronel César Roveri. Além disso, um inquérito foi aberto para apurar o caso e está sob a responsabilidade da Polícia Civil.
A policial penal que alega ter sido vítima de tortura pelos instrutores após ter registrado um boletim de ocorrência contra um dos instrutores. A vítima era uma das alunas do Curso de Intervenção Rápida em Recinto Carcerário quando ocorreram os episódios de tortura. Em entrevista para a TV Centro América, a policial penal relatou que as sessões de tortura ocorreram no dia 3 de março.
"Me torturaram o tempo todo. Jogaram gás no meu rosto, espuma, mais de dois vidros, no meu corpo inteiro. Queimaram meu rosto e a minha boca", disse.
De acordo com a policial penal, o homem denunciado por importunação sexual passou a mão no corpo dela e a espionou durante o banho. Em outro momento, ele abriu a janela para olhar seis mulheres que trocavam de roupa. Em seguida, elas foram coagidas a não revelar os episódios.
"A intenção era saber sobre o meu depoimento do boletim de ocorrência, que é sigiloso. Não disse, me calei. Contaminaram os meus olhos com um produto que causa irritação, fecha involuntariamente as pálpebras e causa uma dor tremenda", relatou a policial penal sobre a tortura sofrida por ela.
Segundo ela disse em entrevista, foi colocada em uma viatura onde seria levada para "um determinado local". Nesse momento, ela que estava com os olhos vendados, conseguiu sair do veículo e pedir ajuda na casa de uma desconhecida.
"Uma senhora abriu a porta da casa dela e me escondeu debaixo de uma cama. Eles chegaram pedindo para ela abrir a porta, dizendo que eu estava em surto psicótico, que não estava em minhas condições mentais e eu pedia para ela não abrir", disse.
REPÓRTER MT