O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aumentou para 5,6% a projeção da inflação para o ano de 2023. Ou seja, segundo a instituição, a taxa deverá ficar acima da meta estipulada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), que é de 3,25%, margem de erro de 1,5% para cima ou para baixo. Assim, o teto da meta é de 4,75%. No fim do ano passado, a previsão do Ipea para a inflação de 2023, apesar de mais baixa que agora, já era de é de 4,9%, acima do teto da meta. A revisão do instituto, feita nesta terça-feira, 28, leva em consideração duas questões principais: a pressão dos preços administrados e dos serviços, principalmente os ligados à educação. Pela nova estimativa do Ipea, os serviços, de maneira geral, devem subir neste 6%, acima do IPCA, contra 5,4% na estimativa feita no fim do ano passado.
No caso dos preços administrados, houve aumento na projeto que é explicado, entre outros fatores, pelo impacto da reoneração dos combustíveis. Além disso, houve reajustes acima do esperado para os planos de saúde no primeiro bimestre de 2023 – com inflação para bens e serviços monitorados passando de 5,6% no fim do ano passado para 8,2% na estimativa atualizada. Os serviços livres também justificam a revisão. As mensalidades escolares foram reajustadas acima do havia sido estimado no final do ano passado pelo Ipea. Assim, a inflação para os serviços educacionais subiu de 5,7% para 8,5%.
Maria Andrea Lameiras, pesquisadora do Ipea, comenta a revisão, com aumento da projeção da inflação: "A inflação brasileira, medida pelo IPCA, deve encerrar o ano de 2023 com uma alta de 5,6%. Pressionado, sobretudo, por uma inflação de 8,5% dos preços administrados. Neste segmento, além da reoneração dos combustíveis, ocorrida em março, também estão pesando reajustes mais fortes dos planos de saúde e das tarifas de transporte público. A inflação projetada para os bens e serviços livres seguem em desaceleração, especialmente no caso dos alimentos em domicílio, cuja alta projetada para o ano é de 4,5%. No caso dos bens livres, a alta é ainda menor, de 3% para o ano. Em relação aos serviços, embora também esteja presente uma trajetória de desaceleração, esta deve ser um pouco mais suave".
*Com informações do repórter Rodrigo Viga