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Na capital do agro, insegurança é o maior problema, aponta pesquisa

Levantamento ouviu 600 moradores de 24 bairros do municĂ­pio; falta de saĂșde pĂșblica Ă© lembrada


Palco recente de guerra entre facções e alvo de operações que visam desmantelar a atuação do crime organizado, Sorriso (a 397 km de CuiabĂĄ) tem a falta de segurança como o principal problema apontado pela população, segundo revela pesquisa feita pela Percent Brasil, contratada pelo portal .

O levantamento, feito na modalidade espontânea, ouviu 600 moradores de 24 bairros do municĂ­pio, que é uma das cidades-polo do Nortão. Dentre os entrevistados, 50,2% alegaram que a violĂȘncia estĂĄ maior na cidade.

O Ă­ndice reflete o que vem sido noticiado no caderno policial nos Ășltimos meses quando o assunto é Capital brasileira do agronegócio. A população sorrisiense, atualmente estimada em 140 mil habitantes, vem enfrentando uma onda de violĂȘncia propagada, principalmente, pela facção Comando Vermelho, à quem as forças de segurança jĂĄ chegaram a atribuir o hĂĄbito de "tocar o terror" na cidade.

No final do ano passado, o nĂșmero de homicĂ­dios em um curto intervalo de tempo – e principalmente em locais pĂșblicos – causou pânico nos moradores e gerou resposta do Estado. A Ășltima operação deflagrada pela PolĂ­cia Civil visando desarticular a organização criminosa na região mapeou "lojinhas" e pontos de trĂĄfico no municĂ­pio, chegando a identificar quase 40 traficantes ativos na cidade.

Outros problemas

A segurança pĂșblica, no entanto, não é a Ășnica queixa dos moradores de Sorriso. O segundo maior problema apontado pelos entrevistados foi a saĂșde pĂșblica. Para 21,3% deles, a falta de atendimento ou de remédios e insumos nos postos de saĂșde, entre outros fatores ligados ao setor, é algo que precisa ser solucionado no municĂ­pio.

Trânsito ruim (3,3%), falta de habitação para os mais pobres (2,2%), falta de escolas e creches (1,8%), educação (1,5%) e existĂȘncia de muitos usuĂĄrios de drogas (1,2%) são pontos também elencados pelos entrevistados com necessidade de receberem um olhar mais acurado por parte da gestão municipal, atualmente sob Ari Lafin (PSDB).

Detentor da terceira maior economia de Mato Grosso, com uma arrecadação que chega a quase R$ 1 bilhão, Sorriso é considerado um municĂ­pio com alto custo de vida por 0,8% dos entrevistados, que também lembram de falta de mão de obra qualificada (0,8%), ausĂȘncia de ĂĄreas de lazer (0,7%) e um saneamento bĂĄsico (0,7%) que precisa de aprimoramento.

Foram citados como problemas menores a qualidade da internet fornecida na cidade, classificada como ruim por 0,5% dos moradores consultados, bem como a infraestrutura também mal avaliada por 0,3% dos entrevistados.

Falta de atuação do Conselho Tutelar (0,3%), falta de limpeza urbana (0,3%), iluminação pĂșblica (0,3%), falta de infraestrutura nas praças da cidade (0,2%) e de acessibilidade para quem usa cadeira de rodas (0,2%) também foram lembrados.

Citaram que Sorriso tem "problema nenhum" 4,5% dos entrevistados. Outros 5,8% não souberam responder, enquanto 2,2% não quiseram.

Entrevistas

Dos 600 entrevistados, todos de forma presencial, 49,2% são do gĂȘnero masculino e 50,8%, do gĂȘnero feminino. A maioria tem entre 25 e 59 anos, somando 74,2%; jovens de 16 a 24 anos formam 12,7% dos entrevistados e idosos com 60 anos ou mais, 13,2%.

A pesquisa foi realizada entre os dias 09 e 11 de abril deste ano e tem intervalo de confiança de 95%. A margem de erro é de 3,98% para mais ou para menos.

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