A Rússia sofreu nesta terça-feira, 30, o maior ataque desde o começo da guerra na Ucrânia – iniciado em 24 de fevereiro de 2022 – e acusa os ucranianos de ser o responsável, já que classificou como uma resposta do país vizinho aos últimos bombardeios contra Kiev.
A Rússia sofreu nesta terça-feira, 30, o maior ataque desde o começo da guerra na Ucrânia – iniciado em 24 de fevereiro de 2022 – e acusa os ucranianos de ser o responsável, já que classificou como uma resposta do país vizinho aos últimos bombardeios contra Kiev. O ataque aconteceu em Moscou, capital russa, e, segundo o ministério da Defesa, as baterias de defesa antiaérea e sistema de guerra eletrônica derrubaram oito drones. “É claro que falamos de uma resposta por parte do regime de Kiev aos nossos ataques muito eficazes contra um de seus centros de comando”, declarou o porta-voz Dmitry Peskov. O ataque aconteceu após várias séries de bombardeios contra Kiev em poucos dias, a qual, no mais recente, realizado nesta terça, uma pessoa morreu. Embora a incursão em Moscou tenha deixado duas pessoas levemente feridas e provocado danos “menores”, segundo as autoridades, o ataque na capital russa, muito protegida e distante da frente de batalha, tem um grande impacto psicológico no país. Peskov disse que o presidente Vladimir Putin foi informado em “tempo real” pelo ministério da Defesa, a prefeitura de Moscou, pelo governador da região e pelo ministério das Situações de Emergência. “Não há ameaça no momento para os habitantes de Moscou e sua região”, declarou o porta-voz.
O ataque à Moscou foi criticado pelo chefe do Grupo mercenário Wagner, Yevgeny Prigozhin. “Bestas nojentas, o que vocês estão fazendo? Levantem seus traseiros dos escritórios onde se sentaram para proteger este país. Vocês são o Ministério da Defesa. Por que diabos permitem que esses drones cheguem a Moscou?”, disparou Prigozhin em um áudio postado em seu canal no Telegram. O chefe do grupo de mercenários disse ainda que não se importava se os drones atacassem os bairros residenciais da cúpula militar russa, particularmente Rublevka, um subúrbio de prestígio a oeste de Moscou e perto da residência de campo de Putin em Novo-Ogaryovo. “Como cidadão, estou profundamente indignado com o fato de esses canalhas estarem silenciosamente sentados em suas bundas gordas untadas com cremes caros. Por isso, acredito que as pessoas têm todo o direito de fazer esses canalhas prestarem contas”, enfatizou Prigozhin. O chefe do Wagner, que admitiu estar preocupado com o ataque de hoje e lamentou o atraso da Rússia em “anos, senão décadas” em relação ao desenvolvimento de drones no país. Há relatos de que os sistemas de GPS pararam de funcionar por várias horas na capital russa.
O Comitê de Inquérito da Rússia, responsável pelas principais investigações no país, informou em um comunicado que está analisando a queda de drones em Moscou e afirmou que vários aparelhos foram derrubados quando se aproximaram da capital. Moscou e sua região, a mais de 500 quilômetros da fronteira ucraniana, quase não registraram ataques com drones, mas este tipo de operação foi registrada com mais intensidade nas últimas semanas em outras áreas do território russo. No início de maio, dois drones foram derrubados sobre o Kremlin, sede do poder russo, em um ataque atribuído à Ucrânia. Também foram registrados ataques de drones contra bases militares e infraestruturas de energia na Rússia.
A ação contra Moscou acontece em um momento de multiplicação dos ataques em território russo. Na semana passada aconteceu uma grande incursão na região de Belgorod, na fronteira com a Ucrânia. Kiev, que há várias semanas afirma estar concluindo os preparativos de uma grande contraofensiva para recuperar o território tomado pelas forças russas, não reivindicou nenhum ataque. Mikhailo Podolyak, conselheiro da presidência ucraniana, afirmou nesta terça-feira que a Ucrânia não tem nenhum “vínculo direto” com o ataque em Moscou. Pouco antes do anúncio do ataque com drones em Moscou, a Ucrânia relatou um novo “ataque em larga escala” contra Kiev durante a noite, o terceiro em apenas 24 horas. A Força Aérea ucraniana anunciou que derrubou 29 de 31 drones explosivos de fabricação iraniana, “quase todos perto da capital e no céu de Kiev”. Uma pessoa morreu e 11 ficaram feridas nos bombardeios, informou o prefeito de Kiev, Vitali Klitschko.
*Com informações das agências internacionais