Equipamento militar pesado mantido pela empresa Wagner será transferido para as tropas russas, disse o Ministério da Defesa da Rússia, à medida que Moscou busca controlar o grupo mercenário rebelde.
Equipamento militar pesado mantido pela empresa Wagner será transferido para as tropas russas, disse o Ministério da Defesa da Rússia, à medida que Moscou busca controlar o grupo mercenário rebelde. “Estão em andamento os preparativos para a transferência de equipamento militar pesado da empresa militar privada Wagner para unidades das forças armadas russas”, disse o Ministério da Defesa russo na terça-feira.
O chefe da Wagner, Yevgeny Prigozhin liderou uma breve rebelião no fim de semana na Rússia, desencadeando a crise de segurança mais séria em décadas e levantando questões sobre o controle do presidente Vladimir Putin sobre o poder, à medida que a guerra de Moscou na Ucrânia continua.
Apesar da gravidade da rebelião armada, o Serviço Federal de Segurança da Rússia anunciou que encerrou um processo criminal contra os combatentes da Wagner que buscavam derrubar a liderança militar do país.
No sábado, Prigozhin acabou cancelando um avanço em direção a Moscou depois que as forças de Wagner tomaram a cidade de Rostov-on-Don, no sul, um centro nervoso da guerra na Ucrânia, e derrubaram seis helicópteros russos e um avião de comando e controle.
O presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, liderou os esforços de mediação, trazendo uma resolução abrupta para a crise.
Desde então, o Kremlin tem se esforçado para enfatizar que houve um retorno ao normal.
Em seu primeiro discurso à nação desde a retirada dos rebeldes, Putin disse na segunda-feira que emitiu ordens para evitar derramamento de sangue e concedeu anistia aos combatentes de Wagner.
Ele então acusou a Ucrânia e seus aliados ocidentais de querer que os russos "se matassem" durante a revolta.
Prigozhin defendeu suas ações como um protesto – uma tentativa de salvar sua equipe mercenária e expor as falhas da liderança militar da Rússia, mas não para desafiar o Kremlin.
Em sua primeira mensagem de áudio desde o incidente, ele se gabou de que a facilidade do avanço de Wagner sobre Moscou expôs "sérios problemas de segurança".
"Fomos para demonstrar nosso protesto e não para derrubar o poder no país", disse Prigozhin, gabando-se de que seus homens haviam "bloqueado toda a infraestrutura militar", incluindo bases aéreas em sua rota, antes de pararem a 200 quilômetros de Moscou.
A turbulência na Rússia foi bem-vinda na Ucrânia como uma oportunidade de buscar impulso para uma contra-ofensiva contínua.