A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, criticou os juros altos, que estão em 13,75% ao ano.
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, criticou os juros altos, que estão em 13,75% ao ano. Ela disse que os juros altos são um obstáculo à eficiência do Desenrola, um programa de estímulos fiscais lançado pelo governo federal. Declaração foi dada a jornalistas antes da última plenária do Plano Plurianual (PPA) Participativo, realizada em São Paulo (SP)
“O Brasil não comporta um Desenrola todo ano. Precisamos de espaço fiscal para investir naquilo que verdadeiramente precisamos — saúde, educação, obras de infraestrutura e tudo mais. Esses programas [como o Desenrola] são feitos de tempos em tempos, dentro de uma realidade. Nós ficarmos todo ano abarcando essas famílias, porque não estamos conseguindo baixar os juros, que é a verdadeira causa, entre outras coisas, do endividamento das famílias, não tem razão”, disse Tebet.
Em comentário direcionado a Campos Neto, a ministra disse que, apesar das críticas, “é a favor da autonomia do Banco Central”. “Mas eu entendo que a política monetária tem o ‘p’ da política, justamente porque ali também se faz política. A decisão é técnica e baseada na política. A realidade da macroeconomia brasileira mostra que os juros reais do Brasil são os maiores do mundo”, acrescentou Tebet.
O programa Desenrola Brasil, lançado pelo governo federal, entrará em vigor na próxima segunda-feira (17), sendo dividido em três etapas distintas. Nesta primeira fase, serão elegíveis os indivíduos que possuem renda entre dois salários mínimos e R$ 20 mil, independentemente do valor de suas dívidas em bancos, denominada Faixa 2.
Outro grupo que se beneficiará do programa, a partir de segunda-feira, são aqueles com dívidas de até R$ 100, as quais serão totalmente perdoadas, resultando em uma limpeza do nome do devedor. A terceira etapa do Desenrola Brasil está programada para começar em setembro e incluirá pessoas enquadradas na chamada Faixa 1, ou seja, aquelas que possuem renda de até dois salários mínimos e dívidas que não ultrapassem o valor de R$ 5 mil.