Os líderes do Níger, que lideraram um golpe de Estado em 26 de julho, rejeitaram nesta terça-feira, 8, o acesso a uma deleção tripartida comporta por representantes da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Cedeao), a União Africana e Nações Unidas, que pretendiam chegar a Niamey, a capital do país, para se encontrarem com os militares.
Os líderes do Níger, que lideraram um golpe de Estado em 26 de julho, rejeitaram nesta terça-feira, 8, o acesso a uma deleção tripartida comporta por representantes da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Cedeao), a União Africana e Nações Unidas, que pretendiam chegar a Niamey, a capital do país, para se encontrarem com os militares. “O atual contexto de indignação e irritação, após as sanções impostas pela Cedeao, não nos permite receber esta delegação em condições serenas e seguras”, disse o Ministério das Relações Exteriores do Níger à organização regional. Segundo uma fonte da Presidência, os responsáveis pelo autodenominado Conselho Nacional de Salvaguarda da Pátria (CNSP), responsável pelo golpe, consideraram a missão da Cedeao ‘inútil’, uma vez que sabe sua posição sobre a situação no Níger.
A Cedeao impôs sanções financeiras contra o Níger depois que os militares derrubaram o presidente eleito democraticamente, Mohamed Bazoum. O bloco de países também deu um ultimato aos militares para restaurar o poder de Bazoum, sob ameaça de intervenção no país. “O adiamento da missão anunciada” para esta terça-feira em “Niamey é necessário, assim como a revisão de alguns aspectos do programa”, afirmaram os militares na carta datada de segunda-feira, 7. O programa “inclui reuniões com algumas personalidades que não podem ocorrer por razões óbvias de segurança, em um clima de ameaça de agressão contra o Níger”, acrescenta. O líder golpista, general Abdourahamane Tiani, nomeou na noite de segunda o economista e ex-ministro das Finanças Mahamane Lamine Zeine como primeiro-ministro. Por sua vez, a Cedeao – que anteriormente dizia ter preparado um plano de intervenção militar no Níger – voltou a convocar para a próxima quinta-feira, 10, em Abuja (Nigéria), mais uma reunião dos chefes militares dos Estados-membros para estudar a situação no país africano.
Diante das ameaças da Cedeao, a junta golpista anunciou na noite de domingo que estava fechando seu espaço aéreo e advertiu que qualquer violação desta medida terá uma resposta “instantânea” e “enérgica”. Ontem, a “número dois” do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Victoria Nuland, esteve reunida com vários líderes golpistas no Níger, mas não conseguiu progressos significativos no restabelecimento da ordem constitucional no país. Durante as conversas, Nulad propôs várias fórmulas para restaurar a ordem democrática no país por meio de uma solução negociada, porém os líderes golpistas mostraram pouco interesse.
Nesta terça-feira, Yevgueni Prigozhin, chefe do Grupo Wagner, disse, em um áudio divulgado por canais do Telegram, associados ao grupo paramilitar, que os norte-americanos estão dispostos a reconhecer a junta militar que deu um golpe de Estado no Níger apenas para evitar a presença dos mercenários russos naquele país. “Os Estados Unidos reconhecem um governo, que não reconheceu ontem, só para evitar encontrar Wagner no país”, disse. Em seu comentário, Prigozhin acrescentou que os wagneritas estão sempre “do lado da bondade e da justiça”. Do lado daqueles que lutam por sua soberania e seus interesses. Ligue para nós a qualquer momento”, disse. “Do lado daqueles que lutam por sua soberania e seus interesses. Ligue para nós a qualquer momento”, disse.
Prigozhin apoiou anteriormente o golpe militar no Níger, embora não tenha aludido ao seu possível papel na trama golpista. Em áudio reproduzido pelos canais do Telegram, Prigozhin afirmou que "o que aconteceu no Níger nada mais é do que a luta do povo nigerino com os colonizadores". Na semana passada, o presidente deposto do Níger Mohamed Bazoum apelou aos Estados Unidos e outros países para ajudá-lo a restaurar a ordem constitucional no país. Em uma coluna no jornal “The Washington Post”, Bazoum afrmou também que “toda a região central do Sahel pode cair sob influência russa por meio do grupo Wagner, cujo terrorismo brutal foi claramente visto na Ucrânia”
*Com informações das agências internacionais